O novo filme do Mario é realmente anti-woke? Não e sim

0
Tempo estimado de leitura: 3 minutos

Os consumidores ainda têm apetite por bons filmes, especialmente quando Hollywood foca em contar uma boa história em vez de doutrinar.

Minha esposa e eu recentemente levamos nossos três filhos para ver Super Mario Bros – O Filme, o novo blockbuster de animação estrelado por Chris Pratt (Mario) e Anya Taylor-Joy (Princesa Peach).

Embora eu tenha gostado do filme, o que não entendo são todos os comentários que descrevem o filme como “anti-woke”.

O rótulo parece derivar da decisão do estúdio de escalar Chris Pratt e Charlie Day (Luigi) como protagonistas ítalo-americanos, o que levou John Leguizamo a boicotar o filme – aparentemente porque Pratt e Day são brancos.

“Não, eu não vou [assistir]. Eles poderiam ter incluído um personagem latino”, disse Leguizamo, que interpretou Luigi no Super Mario Bros de 1993. “Como se eu fosse inovador e então eles pararam o inovador. Eles bagunçaram a inclusão.”

Tirando as dores de cotovelo de Leguizamo, não há nada “anti-woke” no filme. O youtuber Steven Jay Williams, mais conhecido por seu nome de usuário Boogie, está certo quando diz que Super Mario Bros não é nem woke nem anti-woke.

“Este filme é uma pipoca mediana”, diz Boogie. “Você vai entrar no cinema e esquecer que o mundo existe por 90 minutos. Vai se lembrar da sua infância jogando aqueles jogos, e depois vai sair do cinema com vinte dólares a menos e cheio de manteiga de pipoca.”

Como Boogie, me considero bastante “culturalmente sensível” a políticas identitárias. E concordo que não há mensagens políticas sutis em Super Mario Bros. É pura diversão.

Fãs da clássica franquia de videogames – e quem não gostou desses jogos? – podem mais uma vez reviver seus personagens favoritos. Juntando-se a Mario, Luigi e Princesa Peach estão Toad (Keegan-Michael Key), Donkey Kong (Seth Rogen), Bowser (Jack Black) e mais criaturas reconhecíveis do que podem ser facilmente contadas. Eles embarcam em uma aventura épica que atravessa mundos e conta com tubos, moedas, poderes especiais e muitos sons familiares.

Uma mudança leve é ​​esta: quem faz o papel do MacGuffin, em vez da Princesa Peach, como era nos jogos, dessa vez é o Luigi. O irmão verde do Mario é capturado e aprisionado por Bowser no começo do filme, e Mario precisa resgatá-lo do nosso vilão – que tem um lado sádico e está de olho na Princesa Peach. (Bowser quer se casar com Peach e escreve canções para ela.)

Não, o roteiro não é como o de Chinatown. Mas não precisa ser. É um filme infantil divertido com corridas de carro, combate e nostalgia – muita nostalgia. A trilha sonora inclui grandes sucessos dos anos 80 de Bonnie Tyler (Holding Out for a Hero), AC/DC (Thunderstruck) e A-ha (Take on Me), bem como alguns dos anos 70, como Mr. Blue Sky da Electric Light Orchestra. E tudo isso funciona. Sequer importa que tenhamos ouvido essas músicas um milhão de vezes, inclusive em vários filmes recentes de Hollywood.

Com certeza, Super Mario Bros é um filme de nostalgia. Leva os que o assistem de volta a uma época mais feliz, quando nosso mundo não era tão politizado. Não acho que isso torne o filme “anti-woke” – a menos que “anti-woke” signifique simplesmente a ausência de esquerdismo.

Não há mensagem climática em Super Mario Bros. A Princesa Peach ainda é uma garota branca. Nenhum personagem explora uma sexualidade alternativa, e não há um sussurro sequer de justiça social. Ao contrário, há uma sutil mensagem de individualismo. O heroísmo, como podemos ver no filme, é um processo interno. Trata-se de superar a nós mesmos – até mesmo nossas deficiências (trocadilho intencional) – para fazer algo extraordinário.

Isso é “anti-woke”? Mais uma vez, acho que não – a menos que a mera ausência de mensagens esquerdistas assim qualifique o filme.

No final, se você escolhe chamar Super Mario Bros de um filme “anti-woke” ou apenas um filme divertido de nostalgia, não importa realmente. Está a caminho de arrecadar 1 bilhão de dólares nas bilheterias – o Hollywood Reporter diz que arrecadou mais de US$ 700 milhões em vendas globais de ingressos até a segunda-feira 17 de abril – o que é um sinal de que os consumidores ainda têm apetite por bons filmes, especialmente quando Hollywood foca em contar uma boa história em vez de doutrinar.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui