A ideologia mundana e simplória dos floquinhos de neve progressistas é relativamente simples de entender: essas pessoas enxergam a si próprias — e todos os demais integrantes da sociedade — como um monte de criancinhas que precisam ser constantemente protegidas da vida e da realidade pelo deus-estado e pelo papai-governo.
De acordo com a resplandecente escatologia progressista, até mesmo os cidadãos que sabem conduzir perfeitamente suas próprias vidas e rejeitam de forma categórica a liderança das autoridades estabelecidas devem ser veementemente coagidos a aceitar as ordens do governo onipotente, até mesmo sob ameaça de violência, caso isso se mostre necessário.
A ideologia progressista justifica sua cosmovisão escatológica perpetuando o medo institucionalizado, sob a sombra de um temor político permanente, do qual só ela pode nos salvar — afinal, vivemos em um mundo extremamente perigoso. O fascismo está por todos os lados, se perpetua entre a família tradicional, se consolida no patriarcado, pode atacar a qualquer momento e é financiado por maléficos bilionários de extrema-direita. Não obstante, as graciosas autoridades políticas que estão no controle do estado redentor e benevolente permanecem sempre atentas a estas perigosas ameaças, e nos salvarão do fascismo sempre que ele mostrar as suas opressivas e tenebrosas garras.
É basicamente nisso que consiste a simplória e reducionista visão de mundo dos floquinhos de neve progressistas. Não há nenhuma complexidade, nuances difusas, áreas cinzentas, oportunismo político ou espaço para contestação. Simplesmente obedeça ao governo em absolutamente todas as coisas e não se atreva a questioná-lo. Para os adeptos da seita do arco-íris resplandecente, tudo aquilo que não está de acordo com a ditadura politicamente correta procede do fascismo, mas as autoridades estabelecidas trabalham dia e noite para nos resguardar desse mal.
Para a ideologia progressista, o estado é o centro de tudo. O centro do universo, da existência humana, das interações sociais e de tudo aquilo que envolve, de alguma forma, a civilização. O paternalismo estatal é basicamente o framework que molda a estrutura mental e o padrão de raciocínio dos floquinhos de neve. Isso significa que militantes progressistas não usam a ética e a moral como referência para julgar as atitudes e as ações de terceiros. Ao invés disso, eles usam a legislação estatal. Ou seja, para eles, se o estado permite a alguém fazer alguma coisa, então pode ser feito. Se o estado não permite, no entanto, então não deve ser feito.
Infelizmente, alguns militantes progressistas conseguem ser ainda piores. Para muitos deles, a prerrogativa emocional é superior ao legalismo institucional: portanto, quando alguém faz ou diz alguma coisa que um militante progressista considera grave ou ofensivo, ele acha que o estado tem a obrigação de punir o suposto transgressor (porque ele se sentiu emocionalmente atingido). Mesmo que a suposta transgressão tenha sido contar uma piada. Afinal, para uma expressiva parcela da militância, as emoções são o principal ponto de referência para se discernir se algo é aceitável ou não.
Para um floquinho de neve progressista, até mesmo algo tão inócuo quanto uma piada pode se transformar em um escândalo de proporção nacional. Afinal, se o humorista em questão contou uma piada que não atende às exigências ideológicas da ditadura politicamente correta, isso é uma transgressão: portanto, ele deve ser censurado e punido exemplarmente.
Como infelizmente temos um governo federal politicamente correto, foi exatamente isso o que aconteceu. Recentemente, o humorista Léo Lins foi condenado a 8 anos de prisão (além de ter que pagar quase dois milhões de reais em multas e indenizações) simplesmente porque contou piadas que desagradaram o establishment ideológico progressista politicamente correto.
Eu já havia comentado isso anteriormente em outro artigo, mas é interessante abordar novamente esse caso, porque ele ilustra o nível colossal de egocentrismo descontrolado e infantilidade histérica da militância progressista, que além de se escandalizar com qualquer coisa — não importa o quão trivial —, revela um insaciável e doentio desejo patológico de poder e controle absoluto sobre toda a sociedade. A militância da terra do arco-íris incandescente deseja controlar até mesmo que piadas os humoristas podem ou não contar.
Agora pense em porque Léo Lins atrai um público imenso em seus shows, está sempre com a agenda lotada e é, atualmente, um dos humoristas mais bem sucedidos do Brasil (talvez, o de mais sucesso). Ele não aplica nenhuma fórmula especial em seus espetáculos. Muito pelo contrário: a postura profissional dele é simples e direta (mas exige muita coragem, especialmente nos tempos atuais). O ingrediente profissional de Léo Lins é, apenas e tão simplesmente, a sua originalidade. O fato de que ele não anula a si próprio — tampouco a sua individualidade — para agradar a militância da terra da fantasia. Ele é ele mesmo. Só isso.
Agora vamos para o lado totalmente oposto da mesma profissão. Pense na explosão de mulheres que, em anos recentes, foram para a comédia stand-up. E agora pense em porque absolutamente nenhuma delas se sobressai, porque nenhuma delas conquista projeção nacional, porque nenhuma delas consegue ter uma agenda de shows lotada, e porque a maioria delas acaba tendo uma carreira bem curta.
E não, o fracasso dessas humoristas não se deve à misoginia, machismo ou sexismo. Na verdade, elas são realmente incompetentes e desprovidas de talento. Por essa razão, não atraem público nenhum.
A quase totalidade das mulheres em comédia stand-up atualmente são fracassos retumbantes, porque nenhuma delas tem originalidade. Todas seguem exatamente a mesma fórmula profissional: contar piadas politicamente corretas, feministas e genéricas, saturadas de vulgaridade, que não ofendem absolutamente ninguém (a não ser o homem branco heterossexual). São piadas tão insossas, tão destituídas de conteúdo, tão repetitivas e tão desprovidas de graça, que você entende imediatamente porque mulheres não deveriam praticar comédia stand-up.
O coletivismo tribal arraigado à gênese feminina faz com que seja mais importante para elas serem aceitas pelo grupo. Isso inibe a originalidade, a audácia criativa e a consolidação de uma identidade própria. Está impregnada na gênese feminina o medo de se destacar da forma “errada”, o que as impede de serem irremediavelmente diferentes de seus pares. Para elas, o mais importante é ser igual.
Acontece que quem decide ser absorvido pela ideologia vigente acaba sendo apagado por uma massa amorfa e homogênea, onde todos acabam fazendo exatamente a mesma coisa. Como indivíduos, essas pessoas ficam completamente destituídas de identidade própria e, consequentemente, ninguém se sobressai.
Léo Lins consegue se sobressair porque não tem medo de ser autêntico. Ele é original. E é original porque decidiu não se curvar à ideologia da moda. Ele não permitiu que a ditadura politicamente correta o intimidasse e anulasse o seu talento e a sua individualidade. Quando ele cria uma piada, ele decide contá-la. Se você não gosta, siga com a sua vida. Mas se você quer processá-lo, então processe. Se você quer ir até o Ministério Público para berrar, chorar e gritar, determinado a fazer um escândalo e abrir um inquérito contra o humorista, faça exatamente isso. Mas entenda uma coisa: ele não vai mudar em absolutamente nada por sua causa, nem um miligrama sequer. Muito pelo contrário — no próximo show, ele vai contar piadas que deixarão os floquinhos de neve ainda mais histéricos, estarrecidos e encolerizados. E pessoas como eu ficam extremamente gratas e incrivelmente motivadas por esse formidável exemplo de resistência à tirania politicamente correta.
O fato de que os floquinhos de neve policiam rigidamente e praticam vigilantismo até mesmo contra humoristas — determinados a censurá-los quando eles não se curvam à opressiva, hostil e maléfica agenda progressista — mostra o grau patológico de totalitarismo e a insana obsessão por poder e controle da ditadura politicamente correta.
De acordo com a seita progressista, tudo aquilo que é ofensivo deve ser banido e censurado. Isso ocorre porque, como foi apontado no início deste artigo, militantes progressistas usam as emoções como referência elementar para determinar se algo está certo ou errado. Mas a referência correta é sempre a ética e a moralidade, que são critérios objetivos. Não as emoções, que são todas de natureza abstrata e subjetiva. A nível prático, emoções não tem valor nenhum.
Como militantes progressistas são, em sua quase totalidade, criaturas extremamente emocionais, incapazes de usar a razão, são desprovidos de uma noção clara de ética e ficam absurdamente desconcertados por qualquer motivo, é natural que essas criaturas acreditem que tudo aquilo que as ofende deva ser censurado. O grau absurdo de infantilização da militância transcende qualquer parâmetro viável de insanidade já concebido pela psiquiatria. Portanto, sabemos que é impossível fazer essas criaturas racionalizarem qualquer coisa como pessoas adultas, tampouco persuadi-las a desenvolver a razão. Para militantes progressistas, as emoções são tudo o que existe.
Como o egocentrismo patológico é potencializado pela infantilização histriônica e esquizóide inerente a essas crianças de tamanho grande, é natural também que os militantes acreditem que o governo deve criar leis que proíbem tudo aquilo que eles não gostam e que todas as pessoas que dizem ou fazem coisas consideradas “ofensivas” pela militância devam ser legalmente penalizadas.
De fato, para os floquinhos de neve progressistas, o governo é uma espécie de maternal que existe para atender a todos os caprichos da militância. Invariavelmente, a censura sempre vai estar na ordem do dia para essas pessoas, sendo considerada um recurso fundamental para combater os “discursos de ódio” e as “fake news” da “extrema-direita”.
Esses rótulos, no entanto, não passam de arbitrariedades retóricas totalmente vazias, que não possuem absolutamente nenhum significado concreto. E por isso mesmo, eles podem significar literalmente qualquer coisa, especialmente quando são usados para justificar a censura. Afinal, o sistema sempre usa um verniz de benevolência quando diz que está combatendo os “discursos de ódio” — muitos incautos e desavisados realmente acreditam que o governo está empenhado em combater uma terrível ameaça.
O que eles não percebem é que o governo quer praticar abertamente a censura, sem parecer tirânico, autoritário ou repressivo. Governo é sempre propaganda, nunca realidade. As supostas boas intenções do governo sempre escondem um desejo de poder totalitário absoluto.
A censura, no entanto, sempre receberá apoio incondicional dos floquinhos de neve. Progressistas são defensores fanáticos e contumazes da censura institucionalizada, porque eles ficam extremamente ofendidos com a realidade. E que realidade é essa? De que eles são criaturas disfuncionais que acreditam em toda sorte de falácias e mentiras (especialmente as que vem do governo), que são fracos, histéricos, incapazes, infantilizados, emocionalmente dependentes de figuras de autoridade, facilmente manipulados pelo sistema e são tão absurdamente insuportáveis que ninguém gosta deles.
Acima de tudo, militantes progressistas são criaturas terrivelmente medíocres. É mais fácil censurar os outros do que se corrigir, virar um ser humano decente, empreender, ser útil, diligente e construtivo, adquirir conhecimento e aprender uma profissão. Depender do papai-estado para todas as coisas, ser uma criatura emocionalmente histriônica e neurótica ao invés de agir como um ser humano prudente e racional, se comportar como uma criança prepotente a vida inteira e berrar histericamente quando seus desejos não são atendidos, além de ter medo de praticamente tudo o que existe, exigindo medidas de segurança do governo o tempo inteiro, é um caminho muito mais confortável a ser seguido. Não exige verdadeiro esforço e nem requer dedicação ou vontade de mudar. Não exige a necessidade de assumir responsabilidade sobre a própria vida, tampouco assumir o controle da própria existência. De maneira que ser um militante progressista é ser, impreterivelmente, como uma criancinha de quatro anos presa no corpo de um adulto.
De fato, o militante progressista é como uma criança permanentemente assustada pelas dificuldades da vida e pelas contingências da realidade, que foi condicionado a ver o estado como o seu papai e o governo como a sua mamãe. E de acordo com a escatologia progressista, estado e governo devem fazer de tudo para fornecer conforto e segurança ao gracioso floquinho de neve, quando ele se sentir inseguro, e o medo da vida e da realidade o atormentarem excessivamente.
A psicologia progressista é fácil de entender: ela apresenta uma cosmovisão ideológica totalmente infantilizada da vida, das interações sociais e da natureza humana, com o seu sombrio objetivo de programar as pessoas para não se desenvolverem intelectualmente, nem mentalmente. Para a patologia política progressista, todas as pessoas são criancinhas a serem nutridas, condicionadas e guiadas pelo estado. Quem se recusar a enxergar a vida por essa perspectiva — e desejar não se submeter a ela — é um “fascista de extrema-direta”.
De acordo com o progressismo, todos devem depender do estado para tudo, e devem esperar que o estado tome a iniciativa para todas as coisas, e só podem executar qualquer atividade se o estado conceder a sua permissão primeiro. E ninguém deve nem mesmo ousar pensar, se o estado não permitir, tampouco contestar ou questionar qualquer ação governamental.
Adicionalmente, é fundamental enfatizar que para a ideologia progressista, todas as coisas são perigosas, incluindo a liberdade. A prioridade social máxima deve ser sempre a segurança, e quem fornecerá toda essa segurança, obviamente, é o estado.
Como progressistas tem um medo patológico de praticamente todas as coisas que existem, e são totalmente guiados por condicionamentos e impulsos emocionais — Rudyard Lynch, do canal do Youtube Whatifalthist, já se referiu ao progressismo como “comunismo emocional” —, é muito fácil para o estado exigir de militantes progressistas uma obedicência cega, incondicional e absoluta. Como essas pessoas foram condicionadas a ser, agir e pensar exatamente como crianças, elas possuem um medo patológico de praticamente tudo o que existe no mundo, e sentem a extrema necessidade de ter um papai-protetor que as resguarde e lidere todos os seus passos. Isso é também uma forma de se eximir de toda e qualquer responsabilidade sobre a própria vida.
Para piorar a situação, como militantes progressistas são ideologicamente coletivistas, eles invariavelmente enxergam o estado como sendo bom, e os indivíduos como sendo maus; invariavelmente, os floquinhos de neve tendem a encarar dissidentes como pessoas iníquas e perversas, que devem ser sumariamente punidas por qualquer ato de desobediência ao estado. O estado deve ser adorado, venerado e obedecido sempre. Não deve haver tolerância para com rebeldes ou dissidentes.
A cosmovisão de mundo progressista tem no estado uma referência suprema — o estado é, de fato, uma espécie de deus na escatologia secular progressista. O indivíduo, por sua vez, não tem nenhum valor. Se ele é submisso e passivo, e aceita ser absorvido pela massa homogênea de cidadãos subservientes, ele é tolerado. Caso contrário, ele deve ser severamente punido, ou, no mínimo, ser absolutamente rechaçado da sociedade em que vive.
Isso nos mostra como a cosmovisão de mundo progressista é extremamente perigosa, porque ela não apenas habilita o totalitarismo, como o considera uma ferramenta fundamental para o êxito social e a hegemonia absoluta da ideologia.
Não é sem razão ou motivo que governos com pretensão totalitária adotem com tanta voracidade esta ideologia sórdida, porém eficiente em arregimentar poder e controle para o estado onipotente. O progressismo condiciona os indivíduos doutrinados a aceitarem o estado como um deus supremo, soberano e absoluto, que jamais deve ser contestado ou questionado. E a lavagem cerebral que os floquinhos de neve sofrem é tão potente, que os militantes ficam absolutamente histéricos quando se deparam com alguém que não cultua e nem obedece ao deus deles — o estado absoluto.
A expressão “floquinhos de neve” se aplica perfeitamente à histérica, confusa e prepotente militância progressista. Essas criaturas são tão frágeis que não suportam a realidade. Eles precisam da censura, porque precisam a todo momento pedir ao governo que esconda a realidade deles. Só assim os militantes conseguem viver no gracioso mundo cintilante de resplandecentes fantasias universitárias no qual eles decidiram se refugiar permanentemente.
Para os fracos é mais fácil viver na terra da fantasia, do que buscar compreender como o mundo real efetivamente funciona e assumir as responsabilidades da vida adulta. De fato, o progressismo faz um excelente trabalho social, ao executar uma separação natural entre as pessoas racionais e os súditos do medo.
Perfeito, como podia se esperar!
Sem contar que, além de censores no geral, amam intromissão na vida alheia. Meu supervisor mesmo faz parte desta última categoria, às vezes, obrigando-me a “cortá-lo” em determinadas situações. Se meramente vê a oportunidade, especula sobre a vida geral, como se desejasse aguçar um faro de jornalista investigativo, mas crê piamente em qualquer asneira mal-elaborada que a mídia mainstream usa para denegrir a imagem do ex-presidente. Se o cidadão lê em um site sujo destes, que o irmão do Lula é na verdade irmão do Bolsonaro após um pretenso exame de DNA, aceita sem o menor questionamento. A narrativa esdrúxula do golpe? Reproduz com ardor. Já vi ex-colegas (mesmo progressistas) abandonando o barco, tamanho o enfado.
Léo Lins está longe de ser um “defensor da liberdade”: sua única preocupação é ser livre para fazer piadas ruins sem ser preso. E é evidente que ele não deveria ser preso por fazer piadas – nem ele, nem ninguém. Mas ele está longe de ser algum tipo de “herói libertário”. Procure piadas dele sobre máscaras obrigatórias ou lockdown: na época, ele virou um menino bastante obediente, e aparentemente sempre achou mais graça em cadeirantes que em surfistas usando máscara. Hoje, ele pode ser visto em vídeos no Youtube defendendo “perfis rastreáveis por CPF” em redes sociais (é só procurar). Menos, bem menos, moçada.