7. O que é Socialismo?

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O socialismo existe onde há planejamento central, coerção e violação de propriedade, impedindo que as pessoas realizem trocas voluntárias e pacíficas que normalmente realizariam. Onde quer que haja estado, há socialismo. Além de antiético, pois precisa ser imposto coercitivamente, o socialismo causa uma série de problemas econômicos.

Em uma economia verdadeiramente capitalista, isto é, em um livre-mercado, somos capazes de fazer quaisquer trocas que quisermos desde que não violemos a propriedade de terceiros.

Não é o que acontece hoje.

Hoje somos impedidos de fazer transações econômicas livremente graças a taxações, regulações e proibições impostas coercitivamente, de cima para baixo, por um grupo de agentes estatais.

Isso se chama socialismo.

A maioria das pessoas entende que uma economia socialista é apenas aquela em que todos os aspectos da produção de bens e serviços são controlados pelo estado.

Elas estão erradas.

Isso é apenas um dos extremos do socialismo. O socialismo existe onde houver planejamento central, coerção e violação de propriedade, impedindo que as pessoas realizem trocas voluntárias e pacíficas que normalmente realizariam.

Socialismo não é só o que vemos em países mais fechados. Todos os países, em maior ou menor grau, são socialistas, já que envolvem planejamento central, coerção e violação de propriedade.

Onde quer que haja estado, há socialismo.

Economia é o estudo da ação humana. Com ela, podemos entender como diferentes ordens sociais podem levar a resultados distintos dependendo de como seus recursos são alocados.

Em uma economia de livre-mercado, a produção é guiada por empreendimentos que buscam a satisfação dos consumidores e o consequente lucro. Porém, nas ordens sociais em que vivemos atualmente, a produção é guiada, com diferentes graus de intensidade, por políticos nos dizendo como devemos levar nossas vidas. Em outras palavras, por um planejamento central.

Como Ludwig von Mises ressaltou, planejamento central é sinônimo de socialismo: quanto mais centralizado for o planejamento econômico, mais socialista é o sistema político. Escreveu ele: “Submetido ao planejamento central, o homem é como um soldado em um exército. Não lhe cabe questionar, cabe-lhe cumprir ordens”.

Uma vez que alguns indivíduos preferem pensar por si mesmos, desejam trilhar seus próprios caminhos e rejeitam o planejamento central, o socialismo é sempre autoritário.

Nesse sistema, planejadores centrais, usando o aparato coercitivo estatal, preparam o palco e dirigem a economia, enquanto que indivíduos são impedidos de realizar trocas voluntárias que normalmente realizariam.

Se uma economia de mercado recompensa quem serve melhor os clientes, uma economia planejada promete que os anseios de todos serão levados em conta igualmente e que os planejadores centrais serão capazes de encontrar a melhor solução para maximizar o bem-estar comum.

Por meio de taxações, regulações e proibições, impostas coercitivamente, os planejadores centrais influenciam o que é produzido, em que quantidade e por quem. Ao invés de as pessoas escolherem livremente em que bens e serviços vão gastar seu dinheiro, suas decisões são distorcidas pelas intervenções estatais.

As consequências econômicas do planejamento central são desastrosas.

Por exemplo, lucros servem para recompensar e encorajar inovação e eficiência. Se você arriscar seu capital e for o primeiro a criar um novo produto ou a encontrar uma maneira mais eficiente de oferecer um serviço, é financeiramente recompensado. Porém, quanto mais socialista o sistema, maior a fração da recompensa que vai para os planejadores centrais e seu aparato coercitivo e, portanto, menor o incentivo para inovar.

Além disso, os planejadores centrais operam com base apenas nos seus interesses e no seu conhecimento, que é sempre menor do que o da sociedade como um todo.

Uma peça fundamental do conhecimento é que o mercado coordena os preços.

Uma vez que muitos recursos, como o aço, têm uma variedade de usos finais, os preços sinalizam se o uso específico de um dado recurso satisfaz a principal demanda da comunidade. Será que uma fábrica deve produzir peças de automóveis ou móveis de escritório? Em uma economia de mercado, os preços indicam se há uma demanda maior de um produto em relação a outro. Quanto mais socialista é a economia, mais distorcidos pelas intervenções estatais se tornam os preços. E quanto mais distorcidos são os preços, mais irracional é a alocação de recursos.

Um sistema que não recompensa a inovação, a poupança e a produção verá a qualidade de vida de quase todos declinar. Exceto, claro, dos planejadores centrais e de seus aliados.

Quando o grau de socialismo é menor, há espaço para que as inovações capitalistas apareçam e a qualidade de vida aumente. Por exemplo, antigamente tínhamos telefones fixos em casa, mas os telefones celulares mudaram a maneira como nos comunicamos. Todos ouviam música no rádio, mas hoje a ouvimos no celular. Precisávamos de mapas dobráveis e inconvenientes para chegar a algum lugar, mas hoje usamos um navegador no próprio celular. Precisávamos ir ao banco para pagar um conta, mas hoje a pagamos facilmente no aparelho. Tudo isso apenas com a invenção do telefone celular. Nesse caso, as intervenções estatais não foram fortes o bastante para impedir que o lucro incentivasse o desenvolvimento dessa tecnologia.

Mas quantas coisas não deixaram de ser desenvolvidas graças às distorções impostas pelos planejadores centrais?

Os políticos de hoje não vão tão longe a ponto de defender uma socialização completa da economia – eles defendem a socialização de certos setores, como saúde, transporte, educação e segurança. Ainda assim, isso já basta para que os problemas econômicos do socialismo apareçam.

O apelo do socialismo não vem da economia, mas sim de uma ideia distorcida de “igualdade material”, que vai contra a natureza humana de procurar a melhora de seu bem-estar e, portanto, precisa ser aplicada coercitivamente. Para que tenhamos liberdade, o socialismo deve ser combatido vigorosamente.

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Este vídeo é uma adaptação do artigo “What Is Socialism?”, publicado pelo Mises Institute série “Economics for Beginners“.

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Produzido e narrado por Marco Batalha.

 

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