Ensaio Bibliográfico

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Em uma abrangente história do pensamento econômico, é claramente impossível para um ensaio bibliográfico tentar listar, muito menos anotar, toda fonte para essa história, muito menos para os campos auxiliares da história do pensamento social, político e religioso, bem como apropriadamente da história econômica, todas das quais, em minha visão, precisam ser trazidas para a luz do desenvolvimento e dos embates no campo do pensamento econômico. O melhor que posso fazer, então, é descrever e anotar tais fontes, amplamente secundárias, as quais eu achei que mais ajudaram na elaboração deste estudo. Desse modo, o apêndice bibliográfico pode servir como um guia a leitores que desejam se aprofundar em vários tópicos e áreas nesse campo vasto e complexo, o qual, de diversos modos toca em toda a história da civilização ocidental.

 

Bibliografias gerais

 

De longe o mais abrangente ensaio bibliográfico na história do pensamento econômico é a abordagem notavelmente completa em Henry W. Spiegel, The Growth of Economic Though (3ª ed., Durham, NC: Duke University Press, 1991), que agora se estende a não menos de 161 páginas, e é o aspecto mais valioso do livro. O New Palgrave: A Dictionary of Economics (Londres: Macmillan and New York: Stockton Press, 1987), de 4 volumes, contém um número de excelentes ensaios sobre determinados economistas. Do outro lado do espectro, os breves rascunhos na despretensiosa agenda de Ludwig H. Mai, Men and Ideas in Economics: A Dictionary of World Economists, Past and Present (Lanham, MD: Rowman and Littlefield, 1977) são surpreendentemente úteis.

 

Pensamento Antigo

 

O único livro que abrange todo o pensamento econômico antigo incluindo a Mesopotâmia, Índia e China é o Origins of Economic Thought and Justice (Carbondale, III., Southern Illinois University Press, 1980), de Joseph J. Spengler. Embora o Professor Spengler provavelmente não concordasse com esta afirmação, seu livro demonstra que praticamente nada acerca do assunto interessante emergiu do pensamento econômico dessas antigas civilizações. A exceção é a filosofia política chinesa (particularmente o Taoísmo), sobre a qual a obra definitiva é o esclarecedor A History of Chinese Political Thought, Vol. One: From the Beginnings to the Sixth Century A.D. (Princeton, NJ: Princeton University Press, 1979), de Kung-chuan Hsiao. Sobre uma defesa chinesa do laissez-faire, veja Joseph J. Spengler, “Ssu-ma Ch’ien, Unsuccessful Exponent of Laissez Faire,” Southern Economic Journal (Janeiro de 1964), pp. 223-43.

As únicas histórias do pensamento econômico que fazem justiça à contribuição grega são Spiegel, The Growth of Economic Thought e Barry Gordon, Economic Analysis Before Adam Smith (Nova York: Barnes & Noble, 1975). Spiegel é particularmente bom sobre Demócrito e Gordon é bom sobre Hesíodo e lida extensivamente com o pensamento econômico grego. Gordon é também o único a lidar totalmente com o pensamento econômico judeu. Seu título é enganoso, entretanto, visto que o livro termina nos escolásticos tardios, consideravelmente antes do tempo de Adam Smith.

  1. Todd Lowry, “Recent Literature on Ancient Greek Economic Thought”, Journal of Economic Literature, 17 (Março de 1979), pp. 65-86, providencia uma abrangente revisão bibliográfica anotada do pensamento econômico grego. Veja também Lowry, The Archaeology of Economic Ideas: The Classical Greek Tradition (Durhmam, NC: Duke University Press, 1987). A edição Oxford W. D. Ross das obras de Aristóteles é a versão padrão. Sobre a fascinante controvérsia sobre o significado da equação de troca de Aristóteles, a leitura acadêmica, longa, mas totalmente errônea da leitura de Jevons de Aristóteles feita por Josef Soudek está em Josef Soudek, “Aristotle’s Theory of Exchange: An Inquiry into the Origin of Economic Analysis”, Proceedings of the American Philosophical Society 96 (Fevereiro de 1952), pp. 45-75, enquanto Barry Gordon infla Aristóteles, ao ponto de considera-lo um proto-marshalliano: “Aristotle and the Development of Value Theory”, Quarterly Journal of Economics, 78 (Feb. 1964), pp. 115-28. Muito melhor são os dois acadêmicos que tiveram a coragem de enxergar a equação de troca como um nonsense: o grande intérprete de Aristóteles, H.H. Joachim, em seu Aristotle: the Nichomachean Ethics (Oxford: The Clarendon Press, 1952), esp. 148-51, e o historiador antigo Moses I. Finley, em seu “Aristotle and Economic Analysis”, Past and Present (Maio de 1970), pp. 3-25, reimpresso em Finley (ed), Studies in Ancient Society (Londres: Routledge & Kegan Paul, 1974), pp. 26-52.

Uma crítica detalhada das várias traduções latinas das discussões de Aristóteles sobre valor econômico está em Odd Langholm, Price and Value in the Aristotelian Tradition (Bergen: Universitetsfolaget, 1979).

Joseph J. Spengler, em seu excelente “Aristotle on Economic Imputation and Relatet Matters”, Southern Economic Journal, 21 (abril 1955), pp. 371-89, mostra que a teoria da imputação de Aristóteles foi uma precursora da teoria de imputação austríaca e praxeológica dos séculos XIX e XX. O próprio Spengler, entretanto, subestimou os resultados de sua própria investigação, visto que ele não percebeu que a teoria da imputação de Aristóteles era uma importante contribuição à análise da ação e da praxeologia mesmo ela não lidando com assuntos estritamente econômicos.

Também, sobre Aristóteles como um pré-austríaco, veja Emil Kauder, “Genesis of the Marginal Utility Theory: From Aristotle to the end of the Eighteenth Century,” Economic Journal, 43 (Set. 1953), pp. 638-50.

Sobre Platão como um totalitário, veja a contundente e altamente e altamente influente obra por um dos principais filósofos modernos, Karl R. Popper, The Open Society and Its Enemies (3ª ed. rev., 2 vols, Princeton, NJ: Princeton University Press, 1957). Infelizmente, Popper confunde o totalitarismo político de Platão com a espúria tirania alegadamente implicada pelo fato de que Platão acreditava em verdades absolutas e em uma ética racional. Para um moderno e fraco metafísico ad hoc como Popper, qualquer firme crença na verdade, em preto e branco, cheira a “dogmatismo” e a “despotismo”. Colocando a reta tradição em defesa de Platão, uma resposta está em John Wild, Plato’s Modern Enemies and the Theory of Natural Law (Chicago: University of Chicago Press, 1953), e em Ronald B. Levinson, In Defense of Plato (Cambridge: Harvard University Press, 1953). Para um ataque ao totalitarismo de Platão e uma exposição dos sofistas, os oponentes da filosofia socrática, enquanto liberais clássicos na política, veja Eric A. Havelock, The Liberal Temper in Greek Politics (New Haven: Yale University Press, 1957). Por outro lado, para um artigo mais recente confirmando a visão de que a polis grega era inerentemente estatista, não tinha nenhuma concepção de liberalismo clássico ou de libertação individual, e era fundada sobre o trabalho de escravos, veja Paul. A. Rahe, “The Primacy of Politics in Classical Greece”, American Historical Review (Abril de 1984), pp. 265-93.

Sobre Platão e a divisão do trabalho, veja Williamson M. Evers, “Specialization and the Division of Labor in the Social Thought of Plato and Rousseau”, The Journal of Libertarian Studies, 4 (Inverno de 1980), pp. 45-64; Vernard Foley, “The Division of Labor in Plato and Smith”, History of Political Economy, 6 (Verão de 1974), pp. 220-42: Paul J. McNulty, “A Note on the Division of Labor in Plato and Smith”, History of Political Economy, 7 (Outono de 1975), pp. 372-8; e Foley, “Smith and the Greeks: A Reply to Professor McNulty’s Comments”, ibid., pp. 379-89.

Sobre a influência de Plotino e da alegada alienação inerente ao homem a ser superada ao longo da história, veja a esclarecedora discussão em Leszek Kolakowski, Main Currents of Marxism, I: The Founders (Nova York: Oxford University Press, 1981), pp. 11-23.

A eloquente citação de Cicero sobre a definição de lei natural pode ser encontrada, entre outros lugares, em Michael Bertram Crowe, The Changing Profile of the Natural Law (The Hague: Martinus Nijhoff, 1977), pp. 37-8, Crowe inclui teóricos da lei natural entre os gregos e os romanos; e sua parábola de Alexandre e do pirata no On the Commonwealth, de Cícero (Columbus: Ohio State University Press, 1929), Livro III, SIV, p. 210.

 

Pensamento Medieval

 

Um valioso estudo geral do pensamento econômico medieval, incluindo aquele dos Padres da Igreja, está em Gordon, Economic Analysis Before Adam Smith. Dois indispensáveis artigos sobre a teoria do preço justo são: Kenneth S. Cahn, “The Roman and Frankish Roots of the Just Price of Medieval Canon Law”, Studies in Medieval and Renaissance History, 6 (1969), pp. 3-52, sobre os direitos romanos e canônicos em seu início; e a monografia do tamanho de um livro feita por John W. Baldwin, “The Medieval Theories of the Just Price: Romanists, Canonists, and Theologians in the Twelfth and Thirteenth Centuries”, Transactions of the American Philosophical Society, 49 (1959). O estudo definitivo das teorias de usura medievais e posteriores está em John T. Noonan, Jr., The Scholastic Analysis of Usury (Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 1957).

A convencional negligência e sistemática má interpretação do pensamento econômico escolástico medieval e tardio começou a ser retificada no grande History of Economic Analysis, de Joseph A., Schumpeter (Nova York: Oxford University Press, 1954), especialmente a primeira metade da Parte II, Capítulo II. A mais completa pesquisa para essa revisão, entretanto, fora providenciada a nós nos extensivos escritos do Professor Raymond de Roover. O mais importante e mais antologizado artigo de De Roover foi seu “The Concept of the Just Price: Theory and Economic Policy”, Journal of Economic History, 18 (Dezembro de 1958), pp. 418-34; aqui, De Roover demole a má interpretação historiográfica de Henrich von Langenstein. Veja também De Roover, “Joseph A. Schumpeter and Scholastic Economics”, Kyklos, 10 (1957-2), pp. 115-48; idem., “The Scholastics, Usury and Foreign Exchange”, Business History Review, 41 (Outono de 1967), pp. 257-71: e a coleção de ensaios em Raymond de Roover, Business, Banking and Economic Thought: In Late Medieval and Early Modern Europeu (editado por J. Kirshner, Chicago: University of Chicago Press, 1974).

A vital contribuição ao pensamento econômico de Pierre de Jean Olivi foi finalmente trazida à luz por De Roover, em seu San Bernadino of Siena and Sant’Antonino of Florence: The Two Great Economic Thinkers of the Middle Ages (Boston: Baker Library, 1967), pp. 19-20, 41-2. Veja também Julius Kirshner, “Raymond de Roover on Scholastic Economic Thought,” em De Roover, Business, Banking and Economic Thought, pp. 28-30. Sobre Olivi como um joaquimita e líder dos Franciscanos Espirituais, veja Malcolm D. Lambert, Medieval Heresy (Nova York: Holmes & Meier, 1977), pp. 182-206. Sobre a heresia joaquimita, veja também a vívida obra feita por Norman Cohn, The Pursuit of the Millennium (3ª ed., Nova York: Harper & Bros, 1970), pp. 99ff.

O Changing Profile of the Natural Law de Miachael Crowe é um estudo minucioso dos teóricos medievais da lei natural. Richard Tuck, Natural Rights: Their Origin and Development (Cambridge: Cambridge University Press, 1979), ilumina uma distinção crucial entre teorias de direitos ativos, e de domínio, e teorias passivas ou de reivindicação.

Um estudo acadêmico geral, mas acessível, da história econômica europeia é o The Fontana Economic Hstory of Europe, I: The Middle Ages, editado por Carlo M. Cipolla (Londres: Collins/Fontana, 1972), que cobre o período medieval. Sobre mudanças de população nesse período, veja J.G. Russell, “Population in Europe, 500-1500”, em Fontana History, Ibid. Sobre a Grande Depressão do século XIV e da primeira metade do século XV, veja Robert S. López e Harry A. Miskimin, “The Economic Depression of the Renaissance”, Economic History Review, 14 (1962), e Edouard Perroy, “At the Origin of a Contracted Economy: the Crises of the 14th Century”, em Essays in Frenche Economic History, editado por Rondo E. Cameron (Homewoord, III., Richard D. Irwin, 1970), pp. 91-105. Um sutil estudo da economia da Europa no fim da Idade Média/início da Renascença é Harry A. Miskimin, The Economy of Early Renaisscance Europe, 1300-1460 (Englewoord Cliffs, NJ: Prentice-Hall, 1969). Sobre a fatídica introdução da taxação regular na França, veja Martin Wolfe, “French Views on Wealth and Taxes from the Middle Ages to the Old Régime”, em  Revisions in Mercantilism, editado por D.C. Coleman (Londres: Methuen & Co., 1969), p. 190ff.

 

Os escolásticos tardios

 

Para os escolásticos tardios — i.e., dos séculos XIV até XVI — as obras de Crowe (sobre a lei natural), de Tuck (sobre direitos naturais), Gordon e De Roover (pensamento economico) e de Noonan (sobre usura) continuam a ser indispensáveis (ver acima). Para o locus classicus dos insights revisionistas de Crowe sobre o ockhamista Gregório de Rimini como sendo, na realidade, a favor de uma lei natural objetiva, veja Damasus Trapp, “Augustinian Theology of the 14th Century: Notes on Editions, Marginalia, Opinions and Book-Lore”, em Augustiniana, 6 (1956), pp. 146-274; idem, “Gregory of Rimini, Manuscripts, Editions and Additions”, em Augustiniana, 8 (1958), pp. 425-43. A obra revisionista chave sobre Gabriel Biel é Heiko A. Oberman, The Harvest of Medieval Theology: Gabriel Biel and Late Medieval Nominalism (Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 1963). Mais recentes confirmações sobre esse revisionismo estão em D.E. Luscombe, “Natural Morality and Natural Law”, em The Cambridge History of Later Medieval Philosophy, editado por N. Kretzmann, et al. (Cambridge: Cambridge University Press, 1982), pp., 705-20. Veja também A.S. McGrade, “Rights, Natural Rights, and the Philosophy of Law”, em ibid., pp. 738-56.

A Escola de Salamanca foi primeira trazida à atenção de economistas em um esplêndido pequeno livro feito por Marjorie Grice-Hutchinson, The School of Salamanca: Readings in Spanish Monetary Theory, 1544-1605 (Oxford: The Clarendon Press, 1952). O escopo do livro é muito mais amplo do que o subtítulo implica, e, em adição a um lúcido texto, ele contém traduções em inglês de escritos econômicos de muitos dos grandes salmantinos. Mais sobre os salmantinos e sobre outros economistas espanhóis do período pode ser encontrado em Grice-Hutchinson, Early Economic Thought in Spain, 1177-1740 (Londres: George Allen & Unwin, 1978). Veja também De Roover, “Scholastic Economics,” em Business, Banking, and Economic Thought, pp. 306-55. Frank Bartholomew Costello, S.J., The Political Philosophy of Luis de Molina, S.J. (Spokane: Gonzaga University Press, 1974), é uma lúcida e bem organizada obra, e Bernice Hamilton, Political Thought in Sixteenth-Century Spain (Oxford: The CLrendon Press, 1963), estuda o pensamento legal e político de quatro escolásticos salmantinos: Vitoria, De Soto, Molina e Suarez, E possui insights sobre a filosofia política de Suarez e de outros podem ser encontradas no relevante volume da poderosa obra de Frederick Copleston, S.J., A History of Philosophy, Volume III Ockham to Suarez (Westminster, Md: The Newman Press, 1959). Sobre a teoria política dos salmantinos, veja a excepcional obra de Quentin Skinner, The Foundations of Modern Political Thought, Vol. II: The Age of Reformation (Cambridge: Cambridge University Press, 1978).

Sobre o crescimento, desde a Segunda Guerra Mundial, da visão “revisionista” dos escolásticos espanhóis e de outros escolásticos aqui apresentados, veja Murray N. Rothbard, “New Light on the Pre-history of the Austrian School”, em The Foundations of Modern Austrian Economics, editado por E. Dolan (Kansas City: Sheed & Ward, 1976), pp. 52-74.

A obra mais atualizada e desenvolvida sobre os escolásticos espanhóis é Alejandro Chafuen, Christians for Freedom: Late-Scholastic Economics (São Francisco: Ignatius Press, 1986). Para um contraste entre os escolásticos salmantinos e os posteriores mercantilistas espanhóis do século XVII, veja Louis Baeck, “Spanish Economic Thought: the School of Salamanca and the Arbitristas”, History of Political Economy, 20 (Outono de 1988), pp. 381-408.

Indispensável para a fascinante figura de Juan de Mariana é John Laures, S. J., The Political Economy of Juan de Mariana (Nova York: Fordham University Press, 1928). Veja também Guenter Lewy, Constitutionalism and Statecraft During the Golden Age of Spain: A Study of the Political Philosophy of Juan de Mariana, S.J. (Geneva: Librairie Ed. Droz, 1960). Para Mariana sobre o tiranicídio, veja Oscar Jászi e John D. Lewis, Against the Tyrant: The Tradition and Theory of Tyrannicide (Glencoe, Ill.: The Free Press, 1957).

Um fascinante registro sobre a luta jansenista com os jesuítas sobre casuística e a usura está em J. Brodrick, S.J., The Economic Morals of the Jesuits (Londres: Oxford University Press, 1934). Também útil sobre ambos os jesuítas e seus inimigos protestantes é o informativo, mas às vezes desleixadamente pesquisado, Aspects of the Rise of Economic Individualism, de Hector M. Robertson (Cambridge: Cambridge University Press, 1933). É engraçado que o livro de Brodrick foi escrito para refutar a tese de Robertson de que pensadores católicos e em especial jesuítas tendiam a favorecer o livre mercado, e ainda sim muito das duas obras confirmam uma a outra. Brodrick parece acreditar que Robertson está atacando os jesuítas por imoralidade, de modo que em nossa leitura ele está simplesmente demonstrando seu insight econômico e bom senso.

Para um estudo geral da Contra-Reforma católica, veja Marvin R. O’Connell, The Counter Reformation: 1559-1610 (Nova York: Harper & Row, 1974).

Sobre a expansão comercial no final do século XV e no século XVI, veja em particular Harry A. Miskimin, The Economy of Later Renaissance Europe, 1460-1600 (Cambridge: Cambridge University Press, 1977); e também The Fontana Economic History of Europe, Vol. II, The SIxteenth and Seventeenth Centuries, editado por C. Cipolla (Londres: Collins/Fontana 1974).

 

Lutero e Calvino

 

Uma excelente e breve análise está contida em Gary North, “The Economic Tought of Luther and Calvin,” The Journal of Christian Reconstruction, II (Verão de 1975), pp. 76-108. O Foundations Vol. II, de Skinner, é excelente sobre Lutero e Calvino, especialmente sobre a filosofia social e política do primeiro, e também aquela de seus seguidores, sobre as quais veja também a obra mais antiga de John N. Figgis, Political Thought from Gerson to Grotius (1916, Nova York: Harper & Bros, 1960), especialmente o Cap. III sobre “Lutero e Maquiavel”. A tese weberiana é argumentada por um lado e por outro em Max Weber, The Protestant Ethic and the Spirit of Capitalism (Nova York: Charles Scribner’s, 1930); pelo weberiano Erns Treltsch, The Social Teaching of the Christian Church, Vol. II (Nova York: Macmilaan, 1931); Richard H. Tawney, Religion and the Rise of Capitalism (1937, Nova York: New American Library, 1954); e os livros de Robertson e de Brodrick mencionados acima. Veja também o estudo crítico de Kurt Samuelsson, Religion and Economic Action (Nova York: Basic Books, 1961). Uma frutífera aplicação da tese de Weber para a China e para o Japão está em Norman Jacobs, The Origin of Modern Capitalism and Eastern Asia (Hong Kong: Hong Kong University Press, 1958). A descoberta de De Roover do lema florentino do século XII, “Em nome de Deus e do lucro”, está em seu “The Scholastic Attitude Toward Trade and Entrepreneurship”, em Business, Banking, and Economic Thought, p. 345. Para Calvino e seus seguidores sobre a usura, veja a grande obra de Noonan discutida acima.

A brihante tese de Kauder sustenta que o Calvinismo levou à teria do valor-trabalho na Grã-Bretanha enquanto o aristotelismo-tomismo manteve a França e a Itália numa teoria de valor subjetiva e orientada ao consumidor. Essa tese pode ser encontrada em Emil Kauder, A History of Marginal Utility Theory (Princeton, NJ.: Princeton University Press, 1965), e em Kauder, “The Retarded Acceptance of the Marginal Utility Theory”, Quarterly Journal of Economics (Nov. 1953), pp. 564-9. Sobre tais calvinistas “cabeças dura,” como os exilados marianos ingleses, e sobre a devoção puritana ao trabalho, veja Michael Walzer, The Revolution of the Saints: A Study in the Origins of Radical Politics (Cambridge: Harvard University Press, 1965).

Talvez a maior obra já escrita na história do pensamento econômico foi o Capital and Interest: Vol. I, History and Critique of Interest Theories, de Eugen von Böhm-Bawerk (1921, South Holland, Ill.: Libertarian Press, 1959). Böhm-Bawerk, o primeiro grande sistematizador da Escola Austríaca de economia na década de 1880, escreveu sua pesquisa e crítica de teorias anteriores de juros antes de proceder a desenvolver sua própria teoria em volumes posteriores de sua obra mestra, Capital and Interest. Enquanto a abordagem de Böhm-Bawerk de Salmasius é excelente e apreciativa, sua discussão de escritores prévios é em grande parte arruinada por sua falta de conhecimento dos pensadores escolásticos, os quais ele descarta muito brevemente como “canonistas”. Os escolásticos tardios só foram ressuscitados para os economistas a partir da Segunda Guerra Mundial.

 

Comunismo anabatista

 

A excelente obra sobre o comunismo totalitário messiânico da ala coercitiva dos anabatistas é a brilhante, contundente e mordaz obra de Norman Cohn, The Pursuit of the Millennium (3ª ed., Nova York: Harper & Row, 1970). Ela deveria ser suplementada pela obra mais recente de Igor Shafarevich, The Socialist Phenomenon (Nova York: Harper & Row, 1980), a qual, embora episódica, também explora o socialismo em outras eras e climas. Tudo isso deve ser considerado na estrutura geral desenvolvida na merecidamente clássica obra de Msgr. Ronald A. Knox, Enthusiasm (1950, Nova York: Oxford University Press, 1961). Um completo, senão esquemático, registro das teologias anabatistas está em James M. Stayer, Anabaptists and the Sword (2ª ed., Lawrence, Kan.: Coronado Press, 1976). Calvin and the Anabaptist Radicals (Grand Rapids, Mich.: William B. Eerdmans, 1981), de Willem Balke é um excelente estudo. George Huntson Williams, The Radical Reformation (Philadelphia: The Westminster Press, 1962) é um clássico em sua integridade, embora agora esteja um pouco desatualizado pela academia mais recente.

 

Católicos não-escolásticos

 

Um excelente artigo sobre a teoria monetária de Copérnico é Timothy J. Reiss e Roger H. Hinderliter, “Money and Value in the Sixteenth Century; o Monetae Cudendae Ratio of Nicholas Copernicus”, Journal of the History of Ideas, 40 (abril-junho de 1979), pp. 293-303. Sobre Copérnico, Oresme, e Aristófanes sobre a lei de Gresham, veja J. Laurence Laughlin. The Principles of Money (Nova York: Charles Scribner’s Sons, 1903), pp. 420ff. A melhor discussão sobre Lottini está em Emil Kauder, A History of Maginal Utility Theory (Princeton, NJ, Princeton University Press, 1965). Veja também Kauder, “Genesis of the Marginal Utility Theory: From Aristotle to the End of the Eighteenth Century,” The Economic Journal (Setembro de 1953), pp. 638-50. Sobre as repugnantes atividades de Lottini, veja Cecily Booth, Cosimo I: Duke of Florence (Cambridge: Cambridge University Press, 1921), pp. 131-2. Sobre Davanzati, veja as discussões em Kauder, History; Grice-Hutchinson, Early Economic Thought; Arthur Eli Monroe, Monetary Theory Before Adam Smith (1923, Glouester, Mass.: Peter Smith, 1965); e Joseph A. Schumpeter, History of Economic Analysis (Nova York: Oxford University Press, 1954).

 

Monarcômacos: Huguenotes e Católicos

 

Jászi e Lewis, Against The Tyrant; e J.W. Allen, A History of Political Thought in the Sixteenth Century (1928, 2ª ed., Londres: Methuen & Co., 1957), servem como úteis introduções à extensiva literatura sobre esse assunto. Skinner, Foundations, Vol. II, é excelente sobre huguenotes e Buchanan. Ninguém deveria negligenciar o único livro em inglês sobre a Liga Católica: Frederic J. Baumgartner, Radical Reactionaries: The Political Thought of the French Catholic League (Geneva: Libraire Droz, 1976).

 

Absolutismo e humanismo italiano

 

A melhor discussão da teoria política dos humanistas italianos e suas relações com o absolutismo está em Quentin Skinner, The Foundations of Modern Political Thought, Volume One: The Renaissance (Cambridge: Cambridge University Press, 1968). Sobre Diomede Carafa, veja Schumpeter, History of Economic Analysis, pp. 162-4. Sobre Leon Battista degli Alberti e a família Alberti, veja Raymond de Roover, “The Story of the Alberti Company of Florence, 1302-1348, As Revealed in Its Account Books”, em Business, Banking and Economic Thought (Chicago: University of Chicago Press, 1974), pp. 39-84.

A mais clara e mais esclarecedora discussão sobre Maquiavel está em Skinner, Foundations, Volume One. Veja também Isaiah Berlin, “The Originality of Machiavelli,” em M.P. Gilmore (ed), Studies on Machiavelli (Florence: G.C. Sansoni, 1972), pp. 147-206.

 

Absolutismo na França

 

Um altamente lúcido estudo do pensamento absolutista na França no século XVI está em William Farr Church, Constitutional Thought in Sixteenth-Century France: A Study in the Evolution of Ideas (1941, Nova York: Octagon Books, 1969), Church é particularmente bom no que tange aos absolutistas depois de Bodin. Sobre a influência do humanismo da França e sobre o pensamento absolutista francês em geral veja também o excelente Skinner, Foundation, Vols. I e II. Estes devem ser suplementados pelo amplo estudo do pensamento político francês em Nannerl O. Keohane, Philosophy and the State in France: The Renaissance to the Enlightenment (Princeton, NJ: Princeton University Press, 1980). Keohane é particularmente perspicaz sobre Bodin.

Sobre Montaigne, veja também Donald Frame, Montaigne: A Biography (Nova York: Harcourt Brace & World, 1965). Sobre o occitano, veja Meic Stephens, Linguistic Minorities in Western Europe (Llandysul, Dyfed, Wales: Gomer Press, 1976), pp. 297-308. A literatura sobre a falácia de Montaigne e o mercantilismo é, surpreendentemente, praticamente não-existente. A afirmação clássica, embora breve, está em Heckscher, Mercantilism, I, 26. As implicações são desenvolvidas em Ludwig von Mises, Human Action: A Treatise on Economics (3ª ed. rev., Chicago: Henry Regnery, 1966), pp. 664, 684. Veja também Odd Langholm, Price and Value in the Aristotelian Tradition: A Study in Scholastic Economic Sources (Bergen: Universitetsforlaget, 1979), pp. 30, 38n.

 

Mercantilismo

 

A melhor introdução ao assunto é uma excelente obra e uma maravilha da compreensão: o The Economy of Later Renaissance Europe: 1460-1600 (Cambridge: Cambridge University Press, 1977). A grande, e merecidamente, obra clássica é Eli F. Heckscher, Mercantilism (2 vols., 1935, 2ª ed. rev., Nova York: Macmillan, 1955). A ênfase de Heckscher sobre o mercantilismo enquanto criador do estado-nação sofreu de críticas injustas em anos recentes. A criação do estado, e a ênfase de Heckscher na ideologia mercantilista precisa simplesmente ser suplementada pelo insight do mercantilismo enquanto um sistema de lobbying para, e que de fato atingiu, monopólios e privilégios de cartel e subsídios do estado em retorno por apoio político e/ou dinheiro à Coroa. Eu tento começar tal síntese em meu “Mercantilism: a Lesson for Our Time?”, The Freeman, 13 (nov. 1963), pp. 16-27, reimpresso em Ideas on Liberty, Vol. XI (Irvington-on-Hudson: Foundation for Economic Education, 1964). Robert B. Ekelund, Jr., e Robert D. Tollison, Mercantilism as a Rent-Seeking Society: Economic Regulation in Historical Perspective (College Station, Texa: Texas A&M University Press, 1981) tenta preencher a lacuna deixada por Heckscher. Mas enquanto sua glosa sobre Heckscher é às vezes útil, Ekelund e Tollison são excessivamente esquemáticos, na tradição da escolha pública, subestimando o papel das ideias na história, especialmente o papel da ideologia de livre mercado e do liberalismo clássico.

John Ulric Nef, Industry and Government in France and England, 1540-1640 (1940, Nova York: Russell and Russell, 1968), é um excelente estudo comparativo do efeito das políticas mercantilistas sobre o desenvolvimento industrial na Inglaterra e na França. Para a Inglaterra, S.T. Bindoff, Tudor England (Baltimore: Penguin Books, 1950), é incisiva e surpreendentemente contundente. Para a França, Charles Woolsey Cole, Colbert and a Century of French Mercantilism (2 vols., 1939, Hamden, Conn: Archon Books, 1964), é a obra clássica sobre Colbert e sobre o mercantilismo francês, apesar de sua admiração por ambos. A história francesa pós-Colbert no século XVII é contada no French Mercantilism, 1683-1700 de Cole (1943, Nova York: Octagon Press, 1965), Warren C. Scoville, The Persecution of Huguenots and French Economic Development, 1680-1720 (Berkeley: University of California Press, 1960), apresenta uma interessante crítica revisionista da extensão do caos econômico realmente infligido pela revogação de Luís XIV do Édito de Nantes.

Sobre o monopólio inglês das companhias de negociação internacional na Era Elizabetana, veja Murray N. Rothbard, Conceived in Liberty, Vol. I: The American Colonies in the 17th Century (New Rochelle, NY: Arlington House, 1975).

Sobre o absolutismo e sobre a re-redução a servidão na Polônia e no leste da Europa no século XVI, veja Miskimin, Later Renaissance Europe, pp. 56-64; e Robert Millward, “An Economic Analysis of the Origin of Serfdom in Eastern Europe”, Journal of Economic History, 42 (set. 1982), pp. 514-48. Para um processo de certo modo semelhante na Rússia na última quarta parte do século XVI, veja Alexander Yanov, The Origins of Autocracy: Ivan the Terrible in Russian History (Berkeley: University of California Press, 1981); e Aileen Kelly, “Russia’s Old New Right: Review of Yanov, Origins of Autocracy”, New York Review of Books, 30 (17 Feb. 1983), p. 34ff.

Sobre o desenvolvimento de um sistema de taxação na França, veja Martin Wolfe, “French Views on Wealth and Taxes from the Middle Ages to the Old Regime,” em Revisions in Mercantilism, editado por D.C. Coleman (Londres: Methuen & Co., 1969), pp. 190-209. A clássica abordagem do desenvolvimento da taxação sob Filipe o Belo está em Joseph R. Strayer, “Consent to Taxation Under Philip the Fair”, em J.R. Strayer e C.H. Taylor, Studies in Early French Taxation (Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 1939), pp. 3-108. Uma discussão sobre a taxação na França dos séculos XV e XVI, a qual toma a não convincente posição revisionista de que o fiscalismo inicial da realeza diferia agudamente do tardio mercantilismo, está em Martin Wolfe, The Fiscal System of Renaissance France (New Haven: Yale University Press, 1972). Para mais sobre a taxação na França na segunda quarta parte do século XIV, veja John Bell Henneman, Royal Taxation in Fourteenth Century France: The Development of War Financing 1322-1356 (Princeton, NJ: Princeton University Press, 1971).

Para uma visão geral da história dos serviços bancários europeus nesse período, veja Murray N. Rothbard, The Mistery of Banking (Nova York: Richardson & Snyder/Dutton, 1983). Sobre a Parada do Tesouro, veja o esclarecedor artigo por J. Keith Horsefield, “The ‘Stop of the Exchequer’ Revisited”, Economic History Review, 2ª ed. rev., 35 (Novembro de 1982), pp. 511-28.

Sobre o desenvolvimento do estado de dívida pública na Inglaterra, veja P.G.M. Dickson, The Financial Rervolution in England: A Study in the Development of Public Credit, 1688-1756 (Nova York: St Martin’s Press, 1967). Veja também a notável obra revisionista de John Brewer, The Sinews of Power: War, Money, and English State, 1688-1783 (Nova York: Knopf, 1989). Brewer aponta que necessário ao desenvolvimento do estado de dívida pública foi o crescimento concomitante de um estado de altos impostos, com impostos específicos usados para sustentar específicas dívidas públicas de longo prazo na Inglaterra. Em particular, a taxação era indireta, especialmente com impostos sobre bens de consumo. Veja também o importante artigo sobre a taxação britânica feito por Patrick K. O’Brien, “The Political Economy of British Taxation, 1660-1815”, Economic History Review, 2ª ed. rev., 41 (Fevereiro de 1988), pp. 1-32. Veja também a comparação revisionista na Grã-Bretanha e na França nesse período, demonstrando que o muito denunciado nível da taxação francesa era consideravelmente menor que na Grã-Bretanha. Peter Mathias e Patrick K. O’Brien, “Taxation in Britain and France, 1715-1810. A Comparison of the Social and Economic Incidence of Taxes Collected for the Central Governments,” Journal of European Economic History, 5 (1976), pp. 601-50.

Sobre a fatídica afirmação do Parlamento de sua autoridade sobre a receita do rei em 1690, veja Clayton Roberts, “The Constitutional Significance of the Financial Settlement of 1690”, The Historical Journal, 20 (1977), pp. 59-76. Para um interessante artigo de uma perspectiva marxista que inclui a discussão sobre o Banco da Inglaterra, veja Mervin Rosen, “The Dictatorship of the Bourgeoisie: England 1688-1721”, Science and Society, 45 (Primavera de 1981), pp. 24-51.

 

Pensamento mercantilista francês do século XVII

 

Sobre as visões dos primeiros mercantilistas franceses, particularmente de Laffemas e de Montchrétien, veja Charles Woolsey Cole, French Mercantilist Doctrines Before Colbert (Nova York: Richard R. Smith, 1931). Também, sobre Montchrétien, veja a tipicamente incisiva e estimulante discussão em Alexander Gray, The Development of Economic Doctrine (Londres: Longmans, Green and Co., 1933), pp. 80-85. Sobre Sully, veja David Buisseret, Sully: and the Growth of Centralized Government in France, 1598-1610 (Londres: Eyre & Spottiswoode, 1968). Sobre o pensamento mercantilista na era de Richelieu, Mazarin e de Colbert, veja Cole, Colbert and a Century of French Mercantilism. Sobre o pensamento político de Luís XIV, veja François Dumont, “French Kingship and Absolute Monarchy in the Seventeenth Century”, e Andrew Lossky, “The Intellectual Development of Louis XIV from 1661 to 1715” em Louis XIV and Absolutism, editado por Raghnild Hatton (Londres: Macmillan, 1976).

 

Oposição liberal francesa contra o mercantilismo

 

Sobre os Croquants e outras rebeliões camponesas na França do século XVII, veja Roland Mousnier, Peasant Uprisings in Seventeenth Century France, Russia, and China (Nova York: Harper & Row, 1970). Lionel Rothkrug, Opposition to Louis XIV: The Political and Social Origins of the French Enlightenment (Princeton, NJ: Princeton Universitu Press, 1965) é indispensável sobre a oposição liberal laissez-faire crescente contra o mercantilismo. Também muito útil, particularmente sobre Joly, Vauban, Fénélon, o círculo de Borgonha e sobre Boisguilbert, é o Philosophy and the State in France de Nannerl O. Keohane. Sobre aquele último, veja em particular Hazel Van Dyke Roberts, Boisguilbert: Economist of the Reign of Louis XIV (Nova York: Columbia University Press, 1935), e Joseph J. Spengler, “Boisguilbert’s Economic Views Vis-à-Vis those of Contemporary Réformateurs”, History of Political Economy, 16 (Primavera 1984), pp. 69-88. Charles Woolsey Cole, French Mercantilism, 1683-1700 (1943, Nova York: Octagon Books, 1965), é útil sobre os mercadores e o conselho do comércio.

 

Mercantilistas ingleses: século XVI e início do século XVII

 

O indispensável ponto de partida sobre os mercantilistas ingleses é a clássica obra de Jacob Viner, Studies In The Theory of International Trade (Nova York: Harper & Bros, 1937), pp. 1-118. Infelizmente, este é apenas o ponto de partida de Viner por causa da extrema abrangência de seu estudo, e porque ele não lida com indivíduos ou grupos separados ou engaja em uma análise narrativa de diferentes períodos de tempo ou de interações entre os vários indivíduos e grupos.

Sobre os absolutistas nas eras Tudor e Stuart, veja W.H. Greenleaf, Order, Empiricism, and Politics: Two Traditions of English Political Thought (Londres: Oxford University Press, 1964). Sobre Sir Robert Filmer, veja Patriarcha and Other Political Works of Sir Robert Filmer, editado por Peter Lasalett (Oxford: Basil Blackwell, 1949); e Carl Watner, “‘Oh Ye are for Anarchy!’: Consent Theory in the Radical Libertarian Tradition”, Journal of Libertarian Studies, 8 (Inverno de 1986), pp. 111-37.

Para uma definitiva demonstração de que Sir Thomas Smith, não John Hales, era o autor do Discurso sobre a Comunidade deste Reino da Inglaterra, veja Mary Dewar, “The Authorship of the ‘Discourse of the Commonweal’,” Economic History Review, 2ª end., 19 (Agosto de 1966), pp. 388-400. A biografia de Smith está em Mary Dewar, Sir Thomas Smith: A Tudor Intellectual in Office (Londres: Athlone Press, 1964). A visão revisionista de que Smith, não Gresham, escreveu o famoso Memorando para o Entendimento do Câmbio está em Mary Dewar, “The Memorandum ‘For the Understanding of the Exchange’: Its Authorship and Dating”, Economic History Review, 2ª end. rev.., 17 (Abril de 1965), pp. 476-87. Raymond de Roover, enquanto formalmente mantendo sua visão original de que Gresham foi o autor, implicitamente joga a toalha em Raymond de Roover, “On the Authorship and Dating of ‘For the Understanding of the Exchange’”, Economic History Review, 2ª ed. rev., 20 (Abril de 1967), pp. 150-52. Daniel R. Fusfeld oferece a frágil tese de que Sir Richard Martin foi o autor em seu, “On the Authorship and Dating for ‘For the Undersanding of the Exchange’”, Economic History Review, 2ª ed. rev., 20 (Abril de 1967), pp. 145-52.

Para um retrato abrangente de Sir Edward Coke como mercantilista e estadista parlamentar, veja Barbara Malament, “The ‘Economic Liberalism’ of Sir Edward Coke”, Yale Law Journal 76 (Junho de 1967), pp. 1321-58. Sobre a common law inicial não sendo contra o monopólio, veja William L. Letwin, “The English Common Law Concerning Monopolies,” University of Chicago Law Review, 21 (Primavera de 1954), pp. 355-85.

Sobre Milles, Malynes, Misselder, Mun e a controvérsia das Índias Orientais na primeira metade do século XVII, veja Barry E. Supple, Commercial Crisis and CHange in England, 1600-1642 (Cambridge: Cambridge University Press, 1964), pp. 197-224. Veja também os insights em Joyce Oldham Appleby, Economic Thought, and Ideology in Seventeenth-Century England (Princeton, NJ: Princeton University Press, 1978). Uma abordagem refrescantemente diferente, e mais próxima da perspectiva austríaca, pode ser encontrada em alguns dos escritores em Chi-Yuen Wu, An Outline of International Price Theories (Londres: George Routledge & Sons, 1939), pp. 13-74. A obra de Wu foi uma dissertação de doutorado sob Lionel Robbins durante o período austríaco desse último.

O comprometimento de Sir Francis Bacon com o imperialismo inglês é examinado em Horace B. White, “Bacon’s Imperialism”, American Political Science Review, 52 (Junho de 1958), pp. 470-89. Sobre Francis Bacon como um místico à lá Rosacruz e pregador da pseudociência da oculta Antiga Sabedoria, veja Stephen A. McKnight, Sacralizing the Secular: The Renaissance Origins of Modernity (Baton Rouge, LA: L.S.U. Press, 1989), pp. 92-7; Frances Yates, “Francis Bacon ‘Under the Shadow of Jehova’s Wings’”, em The Rosicrucian Enlightenment (Londres: Routledge & Kegan Paul, 1972); Frances Yates, “The Hermetic Tradition in Renaissance Science”, em C. Singleton (ed.), Art, Science and History In the Renaissance (Baltimore: Johns Hopkins University Press, 1967); e Paolo Rossi, Francis Bacon: From Magic to Science (Chicago: University of Chicago Press, 1968).

Sobre a importação de vários dos principais baconianos europeus para a Inglaterra, por convite da gentry rural puritana no início da Guerra Civil Inglesa, veja o fascinante artigo de H.R. Trevor-Roper, “Three Foreigners and the Philosophy of the English Revolution”, Encounter, 14 (Fevereiro de 1960), pp. 3-20.

Os baconianos, bem como o pensamento mercantilista inglês do final do século XVI em geral, receberam uma excelente e vívida abordagem em William Letwin, The Origins of Scientific Economics (Garden City, NY: Doubleday, 1965). O mais recente grande volume lidando com o pensamento econômico dos séculos XVII e XVIII de forma geral, embora com ênfase no pensamento inglês e escocês, é Terence Hutschison, Before Adam Smith: The Emergence of Political Economy, 1662-1776 (Oxford: Basil Blackwell, 1988). Uma obra inicial, mas ainda vitalmente importante para esclarecedoras visões anti-classe-trabalhadora dos mercantilistas ingleses e sua adesão ao “pleno emprego”, é Edgar S. Furniss, The Position of the Laborer in a System of Nationalism: A Study of the Labor Theories of the Later English Mercantilists (1920, NY: Kelley & Millman, 1957).

O registro mais completo da “lei da demanda King-Davenat” está em John Creedy, Demand and Exchange in Economic Analysis (Aldershot, Hants: Edward Elgar, 1992), pp. 7-23, bem como em Creedy, “On the King-Davenant Law of Demand”, Scottish Journal of Political Economy, 33 (Agosto de 1986), pp. 193-212. D.A.G. Waddel, “Charles Davenant (1656-1714) — A Biographical Sketch”, Economic History Review, ser. 2, 11 (1958) pp. 279-88, é uma visão revisionista convincente de Davenant.

 

Locke e os Levellers

 

Uma pioneira e indispensável obra sobre os Commonwelathmen libertários do final do século XVII e do século XVIII na Grã-Bretanha é Caroline Robbins, The Eighteenth-Century Commonwealthman (Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 1959). Diretamente inspirado por Robbins foi a obra excepcional sobre a predominante influência do pensamento libertário inglês sobre a Revolução Americana, Bernard Bailyn, The Ideological Origins of the American Revolution (1967, Cambridge, Mass.: Belknap Press of Harvard University Press, 1992).

Infelizmente, a ênfase na natureza libertária da influência lockeana sobre a Revolução Americana rapidamente se tornou defletida pela “tese Pocock”, a qual criou uma distinção artificial entre individualistas radicais “modernos”, crentes na propriedade privada e no livre mercado enquanto contra os admiradores da “clássica virtude republicana”, que eram basicamente estatistas e comunitaristas que se voltavam aos modelos antigos. Em realidade, não há razão pela qual libertários e defensores do livre mercado também não possam ser oponentes a gastos governamentais e da “corrupção”; de fato, as duas visões geralmente andam juntas. A principal obra pocockiana é J.G.A. Pocock, The Machiavellian Moment (Princeton, NJ: Princeton University Press, 1975). Para críticas a Pocock, em adição às obras de Isaac Kramnick e Joyce Appleby, veja em particular a refutação do principal argumento de Pocock: a alegada “virtude clássica” em vez de o libertarianismo como sendo a maior e única influência sobre os revolucionários americanos: A impressionante série de artigos no Jornal de Londres de John Trenchard e Thomas Gordon no início da década de 1720: Cato’s Letters. Sobre as Cato’s Letters como libertárias em vez de pocockianas, veja Ronald Hamowy, “Cato’s Letters: John Locke and the Republican Paradigm”, History of Political Thought, II (1990), pp. 273-94.

Os Levellers são aparesentados em coleções de seus tratados, tais como em Leveller Manifestoes of the Puritan Revolution, editado por Don M. Wolfe (1944, Nova York: Humanities Press, 1967). Veja também a extensa introdução do editor a esses tratados. Uma abordagem completa dos Levellers é H.N. Brailsford, The Levellers and the English Revolution (Stanford, Calif.: Stanford University Press, 1961). Um dos melhores sumários da doutrina Leveller está em C.B. Macpherson, The Political Theory of Possessive Individualism: Hobbes to Locke (Oxford: The Clarendon Press, 1962), pp. 137-59.

Richard Ashcraft, Revolutionary Politics and Locke’s Two Treastises of Government (Princeton, NJ: Princeton University Press, 1986) é excelente sobre o radicalismo de Locke e sua conexão com as ideias dos Levellers. Ashcraft também providencia a explanação de Shaftesbury para os dois Lockes: inicialmente baconiano empirista e absolutista do Ensaio sobre o Entendimento Humano, e o posterior teórico libertário sistemático. Sobre o baconianismo inicial de Locke, veja Neal Wood, The Politics of Locke’s Philosophy: A Social Study of ‘An Essay Concerning Human Understanding’ (Berkeley: University of California Press, 1983); e sobre as visões de livre Mercado de Locke, veja Karen I. Vaughn, John Locke: Economist and Social Scientist (Chicago: University of Chicago Press, 1980). A edição definitiva do notável Dois Tratados sobre o Governo é a edição de Peter Laslett (1960, Cambridge: Cambridge University Press, 2ª ed., 1968); veja também a introdução de Laslett.

Sobre a teoria do homesteading de Locke enquanto origem da propriedade privada e sua relação aos escolásticos protestantes, veja Karl Olivecrona, “Appropriation in the State of Nature: Locke on the Origin of Property”, Journal of the History of Ideas (abril-junho de 1974), pp. 211-30. Veja também Lawrence C. Becker, Property Rights: Philosophic Foundations (Londres: Routledge & Kegan Paul, 1977), pp. 33-48. Para uma contribuição mais recente sobre a teoria de Locke da propriedade sendo consistente com o capitalismo de livre mercado, veja Neil J. Mitchell, “John Locke and the Rise of Capitalism”, History of Political Economy, 18 (Verão de 1986), pp. 291-305.

 

Mercantilistas ingleses: final do século XVII e século XVIII

 

Para uma ampla discussão do papel de Sir Isaac Newton na Cunhagem, ver G. Findlay Shirras e J.H. Craig, “Sir Isaac Newton and the Currency”, Economic Journal, 55 (Junho-Set. 1945), pp. 217-41.

Para o impacto libertário das sátiras de Jonathan Swift, veja James A. Preu, The Dean and the Anarchist (Tallahassee, Fl.: Florida State University Press, 1959). Sobre a Modesta Proposta de Smith como uma sátira ao pettyismo, veja Louis A. Landa, “A Modest Proposal and Populousness”, em Essays in Eighteenth Century English Literature (1942, Princeton, NJ: Princeton University Press, 1980), pp. 39-48.

Sobre a teoria do trabalho e de emprego na Inglaterra do final do século XVII, veja Theodore E. Gregory, “The Economics of Employment in England, 1680-1713”, em Gold, Unemployment, and Capitalism (1921, Londres: P.S. King & Sons, 1933), pp. 225-44. Sobre os irmãos North, veja Letwin, Origins, pp. 196-220, 271-94.

Para um debate contemporâneo sobre o crescimento do estado de dívida pública na Inglaterra na primeira metade do século XVIII, veja P.G.M. Dickson, The Financial Revolution in England, pp. 15-33; sobre Child, Barbon, e os irmãos North, veja Letwin, Origins of Scientific Economics, pp. 3-81, 196-220, 271-94.

Sobre John Law, uma antiga, mas excelente, crítica é encontrada em Charles Rist, History of Monetary and Credit Theory from John Law to the Present Day (1940, Nova York: M. Kelley, 1966), pp. 43-67. Um estudo esclarecedor sobre Law e sua influência enquanto contra a tradição pelo dinheiro-sólido começando em Turgot, é Joseph T. Salerno, “Two Traditions in Monetary Theory: John Law and A.R.J. Turgot”, Journal des Économistes et des Études Humaines, 2, nos 2-3 (Junho-Set. 1991), pp. 337-79. Uma visão provocativa de que Law mudou de ideia de sua magnum opus até seu esquema do Mississippi está em Antoin E. Murphy, “The Evolution of John Law’s Theories and Policies 1707-1715”, European Economic Review, 35, no. 5 (julho de 1991), pp. 1109-25.

As visões inflacionistas do Bispo Berkeley são celebradas em Hutschison, Before Adam Smith, pp. 141-8; e em Salim Rashid, “Berkeley’s Querist and Its Influence”, Journal of the History of Economic Thought, 12 (Primavera de 1990), pp. 38-60.

Os escritores a favor do dinheiro sólido da Inglaterra no século XVIII são discutidos em Hutchison, Before Adam Smith, e no importante artigo de Thomas T. Sekine, “The Discovery of International Monetary Equilibrium by Vanderlint, Cantillon, Gervaise, and Hume”, Economia Internazionale, 26 No. 2 (maio 1973), pp. 262-82. Sobre Vanderlint e sobre Joseph Harris, veja também Wu, Outline, pp. 64-5, 70-71.

Hutchison, Before Adam Smith, pp. 229-38, devota um considerável espaço a Dean Josiah Tucker, mas acaba superestimando-o demais; um registro mais sóbrio embora menor está em Viner, Studies, passim. O único estudo do tamanho de um livro que Tucker realizou é infelizmente hiperbólico e difuso: George Shelton, Dean Tucker and Eighteenth-Century Economic and Political Thought (Nova York: St Martin’s Press, 1981).

O professor Salim Rashid tem performado o serviço de sinalização ao ressuscitar e enfatizar a importância para o pensamento laissez-faire inglês de meados do século XVIII de Charles, o Terceiro Visconde Townshend, não o confundir com seu mais famoso filho e homônimo, o autor dos impostos Townshend sobre os importados americanos. “Lord Townshend and the Influence of Moral Philosophy on Laissez Faire,” The Journal of Libertarian Studies, 8, no. 1 (Inverno de 1986), pp. 69-74.

 

Economia moderna: Richard Cantillon: Pai Fundador

 

O ano de 1931 foi histórico para os estudos sobre Cantillon, pois foi quando houve a primeira tradução ao inglês do grande Essai sur la nature du commerce en général de Cantillon, editado e traduzido por Henry Higgs (1931, Nova York: A.M. Kelley, 1964). O Cantillon de Higgs contém o texto francês ao lado da tradução em inglês, bem como o artigo de 1881 de W. Stanley Jevons redescobrindo Cantillon. Também, em 1931, F.A. von Hayek escreveu uma abrangente introdução à edição alemã de Cantillon, uma introdução que também cobre a substancial literatura continental.

Até muito recentemente, a única visão geral abrangente do Essai de Cantillon tem sido Joseph J. Spengler, “Richard Cantillon: First of the Moderns”, Journal of Political Economy, 62 (agosto — out. 1954), pp. 281-95, 406-24, reimpresso em Essays in Economic Thought: Aristotle to Marshall, editado por Joseph J. Spengler e William R. Aleen (Chicago: Rand, McNally Co., 1960), pp. 105-40. Veja também o clássico artigo por Jevons, “Richard Cantillon and the Nationality of Political Economy,” Contemporary Review (janeiro 1881), parcialmente reimpresso em The Development of Economic Thought: Great Economists in Perspective, editado por Henry W. Spiegel (Nova York: Wiley, 1952), pp. 43-60.

A primeira biografia de Cantillon finalmente apareceu: Antoin E. Murphy, Richard Cantillon: Entrepreneur and Economist (Oxford: The Clarendon Press, 1986). Essa perdurará por muito tempo como a definitiva biografia dessa figura fascinante. Murphy nos mostra a confusa e complicada genealogia, a família e data de nascimento de Cantillon, e pela primeira vez apresenta vívidos detalhes sobre a colorida vida de Cantillon, seu relacionamento com John Law, e as negligenciadas conexões entre as bolhas do Mississippi e de South Sea, e ele termina com uma intrigante história de mistério sobre a violenta morte de Cantillon.

Sobre a economia de Cantillon, veja também Anthony Brewer, Richard Cantillon: Pioneer of Economic Theory (Londres: Routledge, 1992). Robert Hebert providencia uma nova visão de uma contribuição totalmente negligenciada de Cantillon em Robert F. Hébert, “Richard Cantillon’s Early Contributions to Spatial Economics”, Economica, 48 (fevereiro 1981), pp. 71-7.

Para o resto, análises em inglês que se concentram na teoria monetária de Cantillon, em particular sua pioneira contribuição à teoria de pagamentos monetários internacionais e do mecanismo fluxo de preço-espécie. Veja em particular, Thomas T. Sekine, “The Discovery of International Monetary Equilibrium by Vanderlint, Cantillon, Gervaise, and Hume”, Economia Internazionale, 26, no. 2 (maio 1973), pp. 262-82; e Chi-Yuen Wu, And Outline of International Price Theories (Londres: George Routledge & Sons, 1939). Veja também Arthur Eli Monroe, Monetary Theory Before Adam Smith (1923, Gloucester, Mass.: Peter Smith, 1965), Charles Rist, A History of Monetary and Credit Theory: From John Law to the Present Day (1940, Nova York: A.M. Kelley, 1966); e particularmente Douglas Vickers, Studies in the Theory of Money, 1690-1776 (1959, Nova York: A.M. Kelley, 1968). Especialmente excepcional é a obra não publicada de Joseph Thomas Salerno, “The Doctrinal Antecedents of the Monetary Approach to the Balance of Payments” (dissertação de doutorado, Rutgers University, 1980).

Em agosto de 1980, um simpósio de Cantillon foi feito em Pacific Grove, California, que gerou uma rica oferta de erudição sobre Cantillon. A maior parte desses valiosos artigos estão publicados no Journal of Libertarian Studies, emissão 7 (Outono 1985). Eles incluem os seguintes: uma tradução em inglês do “Richard Cantillon” de F.A. von Hayek, a introdução da edição de 1931 por Micháel Ó’Súilleábháin; o  “Cantillon’s Essay: A Current Perspecive” de Vincent Tarascio, que enfatizou o insight de Cantillon na natureza autorregulatória da economia de mercado, sua teoria monetária, sua teoria da população, e a ênfase na incerteza, o “Richard Cantillon — A Man of His Time: A Comment on Tarascio” de David O’Mahony, que aponta as teorias de preço, de valor e monetárias de Cantillon mais como pré-austríacas do que pré-neoclássicas; Robert F. Hébert, “Was Cantillon na Austrian Economist?” que aponta às abordagens austríacas de Cantillon sobre a incerteza, empreendedorismo, dinheiro e mercado; e Roger W. Garrison, “A Comment on West”, que brilhantemente demonstra que a hesitação de Cantillon sobre a economia de livre mercado em matéria de espaço era mais que párea às críticas de Smith das escolhas de mercado em matéria de tempo. E, finalmente, Antoin E. Murphy, “Richard Cantillon — Banker and Economist”, providencia informação atualizada sobre a fascinante vida desse economista.

A sutil análise de Cantillon enquanto tendo uma teoria pré-austríaca do empreendedor feita por Hébert é elaborada em Robert F. Hébert e Albert N. Link, The Entrepreneur: Mainstream Views and Radical Critiques (Nova York: Praeger Books, 1982), pp. 14-22. Veja também Bert F. Hoselitz, “The Early History of Entrepreneurial Theory”, em Spengler e Allen, Economic Thought, pp. 234-57.

 

Primeiros economistas matemáticos

 

A investida pioneira de Daniel Bernoulli na economia matemática foi traduzida ao Inglês por Louise Sommer como “Exposition of a New Theory of the Measurement of Risk”, Econometrica, 22 (jan. 1954), pp. 23-36. Bons sumários da teoria aparecem em Schumpeter, History, pp. 303-5, e Spiegel, Growth, pp. 143-4, mas não há crítica satisfatória; mesmo o normalmente altamente astuto Emil Kauder é severamente limitado por sua indevida admiração pela economia matemática, Veja Emil Kauder, A History of Marginal Utility Theory (Princeton, NJ: Princeton University Press, 1965), pp. 31-5. Para uma posterior crítica da teoria da utilidade marginal matemática, veja Murray N. Rothbard, Toward a Reconstruction of Utility and Welfare Economics (1956, Nova York: Center for Libertarian Studies, set. 1977), pp. 9-12. Veja também Harro F. Bernardelli, “The End of the Marginal Utility Theory?” Economica (Maio de 1938), pp. 192-212; Bernardelli, “A Reply to Mr. Samuelson’s Note”, Economica (Fevereiro de 1939), pp. 88-9; e idem, “A Rehabilitation of the Classical Theory of Marginal Utility”, Economica (agosto 1952), pp. 254-68.

 

Os Fisiocratas e o laissez-faire

 

A melhor investigação geral sobre os fisiocratas e seu movimento é ainda Henry Higgs, The Physiocrats (1897, Nova York: The Langland Press, 19 52), Valiosos também são Joseph J. Spengler, “The Physiocrats and Say’s Law of Markets”, e Arthur I. Blooomfield, “The Foreign-Trade Doctrines of the Physiocrats”, reimpresso e editado por Spengler e Allen, Essays, pp. 161-214, 215-33. Embora escritos de uma pespectiva marxista, há alguns úteis insights em Elizabeth Fox-Genovese, The Origins of Physiocracy: Economic Revolution and Social Order in Eighteenth-Century France (Ithaca, NY: Cornell University Press, 1976). Traduções de Quesnay, bem como de seus próprios ensaios podem ser achadas em Ronald L. Meek, The Economics of Physiocracy: Essays and Translations (Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 1963). Um estudo de grande ajuda sobre o último dos fisiocratas é James J. Mclain, The Economic Writings of Du Pont de Nemours (Newark, Del.: University of Delaware Press, 1977).

 

A.R.J. Turgot

 

Uma coleção de todos os escritos econômicos de Turgot recentemente traduzidas e como uma excelente introdução e anotações, é The Economics of A.R.J. Turgot, editado por P. D. Groenwegen (The Hague: Martinus Nijhoff, 1977). Groenewegen, a principal autoridade moderna sobre Turgot, oferece um louvor esclarecedor de sua influência no pensamento econômico em “Turgot’s Place in the History of Economic Thought: A Bicentenary Estimate”, History of Political Economy, 15 (Inverno de 1983), pp. 585-616. A falta de influência de Turgot sobre Adam Smith é estabelecida em Groenewegen, “Turgot and Adam Smith”, Scottish Journal of Political Economy, 16 (Novembro de 1969), pp. 271-87.

Para uma análise detalhada e apreciação da teoria do valor e do preço de Turgot, veja Groenewegen, “A Reappraisal of Turgot’s Theory of Value, Exchange, and Price Determination”, History of Political Economy, 2 (Primavera de 1970), pp. 177-96. E sobre a teoria do capital e dos juros de Turgot, veja Groenewegen, “A Re-interpretation of Turgot’s Theory of Capital and Interest”, Economic Journal, 81 (junho 1971), pp. 327-40. Para a apreciação de Böhm-Bawerk a Turgot e uma crítica a ele, veja Eugen von Böhm-Bawerk, Capital and Interest (South Holland, Ill.: Libertarian Press, 1959), I, pp. 39-45; Frank A. Fetter, Capital, Interest, and Rent: Essays in the Theory of Distribution (editado por M. Rothbard, Kansas City: Sheed Andrews and McMeel, 1977), pp. 264-6; Groenewegen, “Re-interpretation”, pp. 327, 337-8. Sobre a teoria do empreendedorismo de Turgot, veja Hébert e Link, The Entrepreneur, pp. 27-9. Sobre a vida de Turgot, veja Douglas Dakin, Turgot, and the Ancient Regime in France (Londres: Methuen & Co., 1939).

 

 

 

Ferdinando Galliani

 

Sobre Galliani e Condillac, veja o notável artigo por Emil Kauder, “Genesis of the Marginal Utility Theory”, Economic Journal (Setembro de 1953), em Essays, editado por Spengler e Allen, pp. 277-87. Não há nenhuma tradução inteira para o inglês de qualquer uma das obras de Galiani. Há uma tradução parcial de seções sobre as teorias de valor e de juros em Della Moneta em Early Economic Thought,  editado por Arthur Eli Monroe (Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 1924), pp. 280-307. Uma esclarecedora discussão sobre a teoria do valor de Galiani a qual infelizmente omite sua admitidamente menos importante análise monetária, é a de Luigi Einaudi: “Einaudi on Galiani”, em The Development of Economic Thought, editado por Henry W. Spiegel (Nova York: Wiley, 2952), pp. 61-82. Tal lacuna é feita por Filippo Cesarano, “Monetary Theory in Ferdinando Galianis’s Della moneta”, History of Political Economy, 81 (Outono de 1976), pp. 380-99.

Para a vida de Galiani em Paris, veja Joseph Rossi, The Abbé Galiani in France (Nova York: Publications of the Institute of French Studies, 2950). Também sobre Galiani e Genovesi, veja Franco Venturi, Italy, and the Enlightenment (Nova York: New York University Press, 1972). Sobre Genovesi, Condillac e a utilidade da troca, veja Oswald St. Clair, A Key to Ricardo (1957), Nova York: A.M. Kelley, 1965). Sobre Condillac, veja Hutchison, Before Adam Smith, pp. 324-31, e Isabel F. Knight, The Geometric Spirit: The Abbé de Condillac and the French Enlightenment (New Haven: Yale University Press, 1968).

 

O Iluminismo Escocês

 

Uma esclarecedora história social do Iluminismo Escocês e sobre sua relação com o clero moderado presbiteriano está em Anand C. Chitnis, The Scottish Enlightenment: A Social History (Londres: Croom Helm, 1976). Uma incisiva discussão sobre os moderados enquanto apologistas do Estabilishment da Igreja estatal Presbiteriana está em Richard B. Sher, Church and University in the Scottish Enlightenment: The Moderate Literati of Edinburgh (Princeton, NJ: Princeton University Press, 1985).

Sobre as doutrinas e as interrelações pessoais dos economistas políticos do Iluminismo Escocês, veja William Leslie Taylor, Francis Hutcheson and David Hume as Predecessors of Adam Smith (Durham, NC: Duke University Press, 1965). Veja também o sumário em H. M. Robertson e W.L. Taylor, “Adam Smiht’s Approoach to the Theory of Value”, Economic Journal (1957), em Essays in Economic Thought, editado por Joseph J. Spengler e William R. Allen (Chicago: Rand McNally, 1960), p. 288ff. O Pai Fundador deste grupo é explorado em W.L. Taylor, “Gershom Carmichael: A Neglected Figure in British Political Economy”, South African Journal of Economics, 23 (Setembro de 1955), pp. 251-5.

Para uma refutação da visão hayekiana de Bernard Mandeville como um expoente do laissez-faire, veja Jacob Viner, The Long View and The Short (1953, Glencoe, Ill.: The Free Press, 1958), pp. 332-42. A tentativa de refutação de von Hayek a Viner reside na falha de von Hayek em compreender a vital distinção entre o “natural” (os processos e resultados de ações voluntárias), e o “artificial” (intervenções do governo em tais processos), bem como sobre o encantamento de von Hayek com todas as ações quaisquer que sejam que supostamente renderam resultados “inesperados”. F. A. von Hayek, “Dr. Bernard Mandeville,” New Studies in Philosphy, Politics, Economics, and the History of Ideas (1967, Chicago: University of Chicago Press, 1978), pp. 249-66. Para um excelente artigo demonstrando o profundo mercantilismo e proto-keynesianismo de Mandeville, veja Harry Landreth, “The Economic Thought of Bernard Mandeville”, History of Political Economy, 7 (1975), pp. 193-208; veja também o iluminador artigo por Salim Rashid, “Mandeville’s Fable: Laissez-Faire or Libertinism?” Eighteenth-Century Studies, 18 (Primareva 1985), pp. 313-30. Landreth mostra que, como no caso de outros mercantilistas, Mandeville era comprometido com o pleno emprego de uma grande população porque ele se devotava a maximizar a produção sob salários baixos. O emprego era para ser “pleno” porque era forçado pelo estado.

Sobre a influência de Suarez e dos escolásticos espanhóis sobre Grócio, veja José Ferrater Mora, “Suarez and Modern Philosophy”, Journal of the History of Ideas (Outubro de 1953), pp. 528-47.

Os Writings on Economics, de David Hume, editado por E. Rotwein (Madison, Wise: University of Wisconsin Press, 1970), fornece todos os ensaios de Hume sobre economia e uma breve seleção de suas cartas. Uma iluminadora discussão da negligência de Hume em relação aos efeitos de equilíbrio de dinheiro vivo no mecanismo de balança de pagamento está em Sekine, “Discovery of International Monetary Equilibrium”, pp. 274-82. Veja também Salerno, “Doctrinal Antecedents”, pp. 150-76. Para Hume enquanto inflacionista, especialmente em sua tardia História da Inglaterra, veja Constant Noble Stockton, “Economics and the Mechanism of Historical Progress in Hume’s History”, em Hume: A Re-Evaluation, editado por D.W. Livingston e J.T. King (Nova York: Fordham University Press, 1976), pp. 309-13.

Hume é geralmente considerado o grande desmascarador da lei natural, mas veja A. Kenneth Hesselberg, “Hume, Natural Law and Justice”, Duquesne Review (Primavera de 1961), pp. 45-63, que sustenta que Hume eventualmente escorre em uma análise de lei natural implicitamente.

Em anos recentes, tornou-se a moda sustentar que Sir James Steuart era um sólido liberal clássico keynesiano, injustamente enterrado pelo sucesso do Riqueza das Nações. Um excelente artigo demolindo essa posição é Gary M. Anderson e Robert D. Tollison, “Sir James Steuart as the Apotheosis of Mercantilism and His Relation to Adam Smith”, Southern Economic Journal, 51 (Outubro de 1984), pp. 456-68. Anderson e Tollison apontam que Steuart era um crente fervoroso em uma economia planificada totalitária, com o governo regulamentando e cartelizando toda atividade econômica. Steuart também ajudou a originar a doutrina marxiana do inerente conflito de classes na sociedade, bem como enquanto alardeando e desejando emular a economia espartana de um governo totalitário de uma elite fundada em um sistema de escravidão. O Uma Investigação dos Princípios da Economia Política de Steuart foi republicado e editado com uma introdução por Andrew S. Skinner, An Inquiry into the Principles of Political Economy (Chicago: University of Chicago Press, 1966).

 

O Celebrado Adam Smith

 

Os escritos sobre Adam Smith se alongam quase até o infinito, e assim podemos apenas fazer uma breve e judiciosa seleção aqui. A coleção definitiva de todos os escritos de Smith está agora disponível na bela edição bicentenária de Glasgow. A edição de Glasgow de 1976 do Riqueza das Nações, editado por R.H. Campbell, A.S. Skinner e W.B. Todd, publicada pela Oxford University Press, foi reimpressa em uma edição de dois volumes e em brochura pela Liberty Press (Indianapolis: Liberty Classics, 1981). A Introdução Geral de Campbell-Skinner apresenta a erudição de ponta no campo. Mas o estado-da-arte prévio da edição de Cannan também deveria ser consultado, ainda que somente pela abordagem saudavelmente crítica que o grande Cannan ousa tomar perante Adam Smith. (Smith, Wealth of Nations, editado por E. Cannan, Nova York: Modern Library, 1937).

Mesmo assim, a mais lúcida e penetrante crítica às confusas teorias de valor e de distribuição e de valor pode ser encontrada em Paul Douglas, “Smith’s Theory of Value and Distribution”, em J.M. Clark et al., Adam Smith, 1776-1926 (Chicago: University of Chicago Press, 1928), pp. 78-115; reimpresso e editado por H.W. Spiegel, The Development of Economic Thought (Nova York: John Wiley, 1964), pp. 73-102. Sobre a busca por uma invariável medida de valor por Smith e por Ricardo, veja Richard H. Timberlake, Jr., “The Classical Search for na Ivariable Measure of Value”, Quarterly Review of Economics and Business, 6 (Primavera 1966), pp. 37-44. A crítica de Edwin Cannan da economia clássica de Smith e de Ricardo é sutil e importante: Edwin Cannan, A History of the Theories of Production & Distribution in English Political Economy (3ª ed., 1917, Londres: Staples Press, 1953). A destreza e implícito esculacho de Cannan pode ser vista em sua sesquicentenária sumarização dos feitos de Smith: “Adam Smith as an Economist”, Economica, 6 (junho 1926), pp. 123-34. Veja também o similar e igualmente sutil, bem como espirituoso, esculacho pelo historiador escocês do pensamento econômico, Alexander Gray, Adam Smith (Londres: The Historical Association, 1948).

Apesar dessas vozes dissidentes, a atitude hagiográfica em relação a Adam Smith permaneceu em geral inquebrada até sua demolição na monumental obra de Joseph Schumpeter, History of Economic Analysis (Nova York: Oxford University Press, 1954), especialmente as páginas 181-94, 323-5, e 557-9. Veja também o esplêndido artigo feito por Emil Kauder, “Genesis of the Marginal Utility Theory”, Economic Journal (Setembro de 1953), pp. 638-50, reimpresso em Spengler e Allen, Essays, pp. 277-87. Robertson e Taylor, em seus comentários sobre Kauder, são mais favoráveis a Smith, mas fundamentalmente concedem suas críticas: H.M. Robertson e W.L. Taylor, “Adam Smith’s Approach to the Theory of Value”, em Spengler e Allen, Essays, pp. 288-304.

Infelizmente, a atitude de olhos limpos em relação a Smith engendrou pelo revisionismo schumpeteriano tem sido amplamente revertida desde o meio da década de 1970. Em parte, essa era a consequência dos volumes bicentenários desabrochando em admiração a Smith; em parte foi devido à influente obra de Samuel Hollander, The Economics of Adam Smith (Toronto: University of Toronto Press, 1973). Face à evidência, Hollander absurdamente tenta torturar Smith ao ponto de considerá-lo um teórico de equilíbrio geral proto-walrasiano moderno cuidadosamente consistente e formalista. O grande volume de ensaios da edição de Glasgow, A. Skinner e T. Wilson (eds), Essays on Adam Smith (Oxford: The Clarendon Press, 1975), apresenta um número de artigos aos moldes hollanderianos de hagiografia.

Entretanto, é gratificante ver que T.W. Hutchison, em sua obra mais recente, reconhecendo o grave dano causado por Smith ao rejeitar toda a tradição de utilidade/escassez subjetiva que ele herdara, bem como a introdução de teorias de valor-objetivo e valor-trabalho por parte de Smith. Infelizmente, Hutchison atribui sua fatídica mudança a “infeliz, enfadonha e embaraçosa” confusão por parte de Smith do que a diferenças e problemas mais profundos. Hutchison também incisivamente aponta ao abandono por parte de Smith do insight de economistas prévios de que a divisão do trabalho é causada pela diversidade humana, uma proposição negada pelo que Hitchison percebe ser a visão “que pode ser esperada […] de um engenheiro social ou de um igualitário”, em vez de Smith enquanto um suposto individualista e libertário. Terence Hutchison, Before Adam Smith, pp. 362-6, 370-81.

O registro de vida padrão de Adam Smith ainda é o Life of Adam Smith de John Rae, em especial a edição de 1965, contando o ensaio de pesquisa introdutório de Jacob Viner., “Guide to John Era’s Life of Adam Smith”, (Nova York: A.M. Kelley, 1965). Veja também C.R. Fay, Adam Smith and the Scotland of His Day (Cambridge: Cambridge University Press, 1956); e William Robert Scott, Adam Smith as Student and Professor (Glasgow: Jackson, Son & Co., 1937). A última e concisa biografia de Adam Smith é R.H. Campbell e A.S. Skinner, Adam Smith (Londres: Croom Helm, 1982). Sobre o meio intelectual de Smith, veja William Leslie Taylor, Francis Hutcheson and David Hume as Predecessors of Adam Smith (urham, NC: Duke University Press, 1965); e Anand Chitnis, The Scottisch Enlightenment: A Social History (Lonres: Croom Helm, 1976).

Sobre Adam Smith enquanto alguém que falhou abismalmente em reconhecer as fontes de suas ideias, veja Salim Rashid, “Adam Smith’s Acknowledgements: Neo-Plagiarism and the Wealth of Nations”, The Journal of Libertarian Studies, 9 (1990), pp. 1-24. Sobre as injustas acusações de plágio feitas por Smith contra seu amigo, Adam Ferguson, veja Ronald Hamowy, “Adam Smith, Adam Ferguson, and the Division of Labour”, Economica, 35 (agosto 1968), pp. 249-59. Para uma esclarecedora crítica de acadêmicos aplicando padrões especiais favoráveis a Adam Smith, veja Salim Rashid, “Does a Famous Economist Deserve Special Standards? A Critical Note on Adam Smith Scholarship,” Bulletin of the History of Economics Society, 11 (Outono 1989), pp. 190-209. Sobre a demora do Riqueza das Nações a conseguir renome, veja Salim Rashid, “Adam Smith’s Rise to Fame: A Reexamination”, The eighteenth Century (Inverno de 1982), pp. 65-85.

Para um iluminador artigo sobre Smith como um entusiástico coletor de alfândegas de ponta, veja Gary M. Anderson, William F. Shughart II, e Robert D. Tollison, “Adam Smith in the Customhouse”, Journal of Political Economy, 93 (agosto 1985), pp. 740-59.

Sobre Adam Smith e sua ignorância da Revolução Industrial acontecendo em sua volta, veja R. Koebner, “Adam Smith and the Industrial Revolution”, Economic History Review, 2ª ed., 11 (agosto de 1959); e Charles P. Kindleberger, “The Historical Background: Adam Smith and the Industrial Revolution”, em T. Wilson e A.S. Skinner (eds), The Market and the State: Essays in Honor of Adam Smith (Oxford: The Clarendon Press, 1976), pp. 1-25. Para uma crítica atualizada de Smith sobre esse caso, veja Salim Rashid, “The Wealth of Nations and Historical Facts,” Journal of the History of Economic Thought, 14 (Outono de 1992), pp. 225-43. Para uma inconvincente defesa de Smith, veja Ronald Max Hartwell, “Adam Smith and the Industrial Revolution,” em Adam Smith and the Wealth of Nations, editado por F. Glahe (Boulder, Col.: Colorado Associated University Press, 1978), pp. 123-47.

Uma grave contradição interna entre as visões favoráveis e não favoráveis de Smith sobre a divisão do trabalho, e posteriormente antecipando as queixas marxianas sobre a “alienação”, é admitida por um dos mais firmes admiradores modernos de Smith, em Edwin G. West, “Adam Smith’s Two Views on the Division of Labour”, Economica, n.s., 31 (Fevereiro de 1964), e idem, “Political Economy of Alienation”, Oxford Economic Papers, 21 (março de 1969), pp. 1-23. Veja também, idem, “adam Smith and Alienation”, em Essays on Adam Smith, editado por Skinner e Wilson, pp. 540-52. Entre outros escritores que apontam as antecipações de Smith dos prantos marxianos sobre a “alienação”, veja Nathan Rosenberg, “Adam Smith on the Division of Labour: Two views of One?”, Economica, n.s. 32 (maio de 1965); e a introdução de Jacob Viner ao Life of Adam Smith de John Rae (1965), p. 35.

Sobre o viés de Smith contra o consumo, veja Roger W. Garrison, “West’s Cantillon and Adam Smith: A Comment”, Journal of Libertarian Studies, 7 (Outono de 1985), pp. 291-2; Cannan, History of Theories, pp. 23-4; Ingrid Hahne Rima, Development of Economic Analysis (3ª ed., Homewood, Ill.: Richard D. Irwin, 1978), p. 79; Edwin G. West, Adam Smith (New Rochelle, NY: Arlington House, 1969), p. 173; Kauder, “Genesis”; e Gerhard W. Ditz, “The Calvinism in Adam Smith” (não publicado MS, 1983). O maior ponto do “Adam Smith on Profits — Paradox Lost and Regained” de Nathan Rosenberg, Journal of Political Economy, 82 (Nov-Dez. 1977), pp. 1187-8, é que Smith sustenta que altos lucros são maus porque eles induzem os capitalistas a se deixarem levar pelo consumo luxuoso.

Sobre a inexplicável falha em levar adiante a análise de fluxo de preço-espécie de suas lições em seu Riqueza das Nações, veja a clássica crítica feita por Jacob Viner, Studies in the Theory of International Trade (Nova York: Harper & Bros, 1937), p. 87. Uma análise realista da insatisfatória teoria monetária de Smith está em Douglas Vickers, “Adam Smith and the Status of the Theory of Money”, surpreendentemente publicado no hagiográfico Skinner e Wilson, Essays, p. 484. Para uma inconvincente tentativa de explicar a deterioração na teoria monetária de Smith, veja Frank Petrella, “Adam Smith’s Rejection of Hume’s Price-Specie-Flow Mechanism: A Minor Mystery Resolved”, Southern Economic Journal, 34 (Janeiro de 1968), pp. 465-74. Robert V. Eagly tenta, à moda de Samuel Hollander, afirmar a consistência de Smith em realmente adotar a visão humeana como uma visão teórica proto-walrasiana de equilíbrio geral. Robert V. Eagly, “Adam Smith and the Specie-Flow Doctrine,” The Scottish Journal of Political Economy, 17 (Fevereiro de 1970), pp. 61-8. Também, para uma crítica ao argumento de Smith da espécie como um “estoque morto,” veja Charles Rist, History of Monetary and Credit History: From John Law to the Present Day (1940, Nova York: A.M. Kelley, 1966), p. 85. Para uma refutação de versões modernas desse argumento comum a keynesianos, monetaristas e parecidos, veja Roger W. Garrison, “The ‘Costs” of a Gold Standard,” em The Gold Standard: Perspectives in the Austrian School, editado por Llewellyn H. Rockwell (1985, Auburn, Ala.: Ludwig von Mises Institute, 1992), pp. 61-79.

Sobre a “mão invisivel”, como uma metáfora, veja William D. Grampp, “Adam Smith and the Economic Man”, Journal of Political Economy (Agosto de 1948), pp. 319-21. Sobre o primeiro uso do conceito de “mão invisível” como sendo feito pelo escritor do século XVII Joseph Glanville, e sobre o uso similar de Smith do conceito em seus ensaios filosóficos, veja Spengler, “Boisguilbert’s Economic Views”, p. 73.

Sobre Adam Smith como um dúbio partidário do laissez-faire, veja o clássico artigo de Jacob Viner, “Adam Smith and Laissez-faire”, em Clark et al., Adam Smith, 1776-1926, pp. 116-79. Veja também Joseph M. Jadlow, “Adam Smith on Usury Laws,” Journal of Finance, 32 (set. 1977), pp. 1195-1200. De forma estranha o suficiente, Jadlow vê um bom manejo com “externalidades” em vez de um horror calvinista ao consumo e ao risco especulativo. Veja também a sensata discussão em Ellen Frankel Paul, “Adam Smith: The Great Founder,” em Moral Revolution and Economic Science: The Demise of Laissez-Faire in Nineteenth Century British Political Economy (Westport, Conn.: Greenwood Press, 1979), pp. 9-44. Para uma crítica aos alegados cânones da taxação feitos por Smith, veja Murray N. Rothbard, Power and Market: Government and the Economy (1970, Kansas City, Mo.: Sheed Andrews and McMeel, 1977), pp. 137-8, 144-5.

 

A propagação do movimento smithiano

 

Sobre a propagação do movimento smithiano na Escócia e a influência de Dugald Stewart, veja Jacob B. Hollander, “The Dawn of a Science”, e especialmente, “The Founder of a School”, em J.M. Clark et al., Adam Smith 1776-1926 (Chicago: University of Chicago Press, 1928). Sobre afundação da Edinburgh Review, veja Anand C. Chitnis, The Scottish Enlightenment; e sobre Francis Horner, veja Frank W. Fetter, “Introduction” em The Economic Writings of Francis Horner, editado por F.W. Fetter (Londres: London School of Economics, 1957). Sobre a propagação do smithianismo no continente da Europa, veja o ainda indispensável artigo de Melchior Palyi, “The Introduction of Adam Smith on the Continent”, em Clark, Adam Smith, pp. 180-233. Sobre a propagação das visões smithianas na Alemanha, veja Carl William Hasek, The Introduction of Adam Smith’s Doctrines into Germany (Nova York: Columbia University Press, 1925). Sobre Ludwig Heinrich von Jakob, veja Donald G. Rohr, The Origins of Social Liberalism in Germany (Chicago: University of Chicago Press, 1963). Sobre a história de, e os problemas com, as reformas Stein-Hardenberg na Prússia, veja Walter M. Simon, The Failure of The Prussian Reform Movement, 1807-19 (Ithaca, NY: Cornell University Pres, 1955). Sobre os cameralistas alemães, que resistiram a doutrina smithiana, veja Lewis H. Haney, History of Economic Thought (4ª ed., Nova York: Macmillan, 1949), pp. 148-65. Para uma retratação detalhada das visões políticas dos cameralistas, veja Albion W. Small, The Cameralists (1909; Nova York: Burt Franklin, n.d.). Sobre as visões de Johann Heinrich Gottlieb von Justi de alienação do trabalho nas fábricas sob a divisão do trabalho, e sua influência através de Sir James Denham Steuart sobre G.W.F. Hegel, veja Raymond Plant, Hegel (Bloomington, Ind.: University of Indiana Press, 1973). Sobre o comunismo de Johann Joachim Becher, veja Eli F. Heckscher, Mercantilism (2ª ed., Nova York: Macmillan, 1955). Sobre Heinrich Friedrich Freiherr von Storch, veja Schumpeter, History, pp. 502-3; e Peter Bernholz, “Inflation and Monetary Constitutions in Historical Perspective”, Kyklos, 36, no. 3 (1983), pp. 408-9.

Sobre Semyon Denitsky e sua influência smithiana na corte de Catarina, a Grande, veja A.H. Brown, “S.E. Denitsky, Adam Smith, and the Nakaz of Catherine II”, Oxford Slavonic Papers, n.s. 7 (1974), pp. 42-59, e idem, “Adam Smith’s FIrst Russian Followers”, em Essays on Adam Smith, editado por Skinner e Wilson, pp. 247-73.

 

Malthus e a População

 

Os escritos sobre Malthus e sobre população são quase infinitos; aqui nós podemos apenas sugerir quaisquer uma das numerosas reimpressões da primeira e da sexta edição do Essay on Population de Malthus (veja referências em Spiegel, Growth, pp. 735-9, 828-9). Em adição, há excelentes críticas a Malthus em Schumpeter, History, pp. 250-58, 578-84, e 889-91; e em Edwin Cannan, A History of the Theories of Production and Distribution in English Political Economy from 1776 to 1848 (3ª ed., Londres: Staples Press, 1953), pp. 103-114, 132-5. Veja também o ácido artigo de Getrude Himmelfarb, “The Specter of Malthus”, em seu Victorian Minds (1968, Gloucester, Mass.: Peter Smith, 1975), pp. 82-110; e o sempre sagaz e perceptivo Alexander Gray, The Development of Economic Doctrine (Londres: Longmans, Green and Co., 1931), pp. 155-68. É notável que a única biografia extensa é a útil e extensiva, mas longe de ser profundamente analítica Patricia James, Population Malthus: His Life and Times (Londres: Routledge and Kegan Paul, 1979).

 

 

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